Visita de Cristina Ferreira à favela gera indignação: " Isso não é o zoológico, são apenas pessoas normais"

Cristina Ferreira, de 45 anos de idade, viajou para o Brasil para participar na Web Summit do Rio. Com ela viajaram três pessoas: Catarina Duarte, a melhor amiga, parceira de viagens e a mulher em quem mais confia; Jorge Frade, repórter de imagem e quase sempre presente nas viagens da apresentadora pelo mundo; e, por fim, Ruben Correia, produtor televisivo e recente confidente da estrela da TVI. Depois do evento, Cristina aproveitou o resto da semana [regressou sábado, 6 de maio, a Portugal] para fazer mais umas miniférias. Na Cidade Maravilhosa, aproveitou para fazer praia, fazer produções de moda e até para dar uma entrevista a um meio de comunicação social do país. 

Além disso, esta viagem serviu para a apresentadora e os amigos conhecerem a favela do Vidigal: "Fui, com medo, mas fui. Entrar na favela, agora comunidade, nunca tinha feito parte dos planos. Ontem fui. O Evandro, morador do Vidigal e taxista, tranquilizou-nos. Avisou que podíamos ver armas e que não devíamos tirar fotos. Podíamos ter ido de motoboy. É a forma comum de andar na comunidade", começou por escrever na sua conta de Instagram. 

A descrição desta visita é longa e pormenorizada: "Motos que sobem as ruas, íngremes, e levam ao ponto mais alto onde está o bar da lage. Eu não sou de romantizar o Rio, o perigo existe e a realidade é dura. Mas entrar, enquanto apresentadora, é ter muita vontade de contar aquelas histórias. Há lojas, supermercados, muitos cabeleireiros, zonas de convívio, as chamadas bocas onde se vêem os traficantes com fuzis. A televisão tem espaço importante, como diz o Evandro, no mínimo cada casa tem uma com 30 polegadas. A melhor vista do Rio é deles. Na hora de descer, entrei num filme que os meus olhos realizaram. Estavam todos a regressar a casa. As carrinhas das escolas, as centenas de motos que levam turistas e moradores, as portas abertas, o único prédio com elevador."

E terminou: "Um amontoado de vida. Difícil, é certo. Mas, o medo deu espaço à curiosidade. Só queria ter ficado ali, a saber quem são. Não tenho fotos de nada, a não ser do bar da lage. E pensando bem, não era possível mostrar nada. Porque ali a vida não é um instante fotográfico. E tem cor." As redes sociais encheram-se agora de críticas.

"Não me digas que achavas que eram animais que vivam aí? Isso não é o Zoológico, são apenas pessoas normais desfavorecidas. Santa ignorância"; "Quer que batamos palmas, é?"; "Palmas? É mesmo o que ela quer, porque tudo o que faz é só para que lhe alimentem o ego. Na realidade, fazer alguma coisa pelos outros não me parece"; ou "Se liga, mulher. Você está visitando a 9.ª economia do mundo. Impressionada em ver lojas, mercados e 'vida'? Eis mais um episódio bem estereotipado de safari da pobreza. Há 200 anos acabou a colonização, mas permanece a ideia de visitar o Brasil e se admirar em haver supermercados? Coragem, porque a noção ficou no avião antes de decolar."

Mas há mais: "Que vergonha alheia. P*** que P****"; "Acho ridículo o "turismo 'de ir ver como a população pobre vive e vir dizer que teve muito medo. Enfim..."; "PQP Cristina, o story já foi mau, então esta descrição tem muito que se lhe diga. Que cringe e sem noção"; "Um safari... que vergonha"; "A pessoa com menos noção do mundo"; "Manca-te"; "Por favor, cala-te"; ou "Quando vamos ao Brasil fazer um 'safari' pelas favelas brasileiras. Tão giro ver como "eles"vivem. F****."