
As críticas de Pedro Abrunhosa a Vladimir Putin e à guerra na Ucrânia irritaram a embaixada russa em Portugal e agora o cantor pede uma resposta do governo português.
Tudo começou no início de julho num concerto no festival AgitÁgueda em que Pedro criticou a "guerra mais estúpida de todas" e, numa adaptação da música 'Talvez F***' disse "Vladimir Putin, go fuc* yourself" (Vladimir Putin, vai-te f#$$, na tradução). "Senhor Abrunhosa, não deve ter dúvidas: as suas palavras, indignas do homem de cultura que ainda por cima representa o país, que está a se manifestar abertamente contra qualquer tipo de ódio e discriminação, foram ouvidas. As respetivas conclusões serão tiradas", disse a embaixada russa em Portugal num comunicado. "Informámos através dos canais diplomáticos os órgãos competentes de aplicação da lei", lê-se também. "A Embaixada da Rússia continua a vigiar os interesses dos cidadãos russos residentes em Portugal, e nenhumas provocações ignóbeis contra eles ficarão sem resposta".
"Senhor Abrunhosa, não deve ter dúvidas: as suas palavras, indignas do homem de cultura que ainda por cima representa o país, que está a se manifestar abertamente contra qualquer tipo de ódio e discriminação, foram ouvidas. As respetivas conclusões serão tiradas", disse a embaixada russa em Portugal num comunicado.
"Informámos através dos canais diplomáticos os órgãos competentes de aplicação da lei", lê-se também. "A Embaixada da Rússia continua a vigiar os interesses dos cidadãos russos residentes em Portugal, e nenhumas provocações ignóbeis contra eles ficarão sem resposta".
Pedro Abrunhosa reagiu esta sexta-feira, 22, num comunicado divulgado nas suas redes sociais e em que pede uma resposta do governo português. "O artista Pedro Abrunhosa e a Sons em Trânsito solicitam um posicionamento ao governo português sobre este assunto. Compreendemos que a embaixada da Rússia não entenda facilmente o significado de liberdade de expressão, mas não deixa de ser inédito e muito preocupante que um cidadão português, em Portugal, seja assim intimidado por uma representação diplomática estrangeira", lê-se no documento.
"O artista Pedro Abrunhosa e a Sons em Trânsito solicitam um posicionamento ao governo português sobre este assunto. Compreendemos que a embaixada da Rússia não entenda facilmente o significado de liberdade de expressão, mas não deixa de ser inédito e muito preocupante que um cidadão português, em Portugal, seja assim intimidado por uma representação diplomática estrangeira", lê-se no documento.
"No comunicado emitido pela embaixada russa é referido que a voz de Pedro Abrunhosa se ouviu nos corredores do poder russo e que as autoridades daquele país ficarão atentas às atividades do músico. Também as vozes das crianças, das mulheres e dos cidadãos ucranianos e russos mortos nesta guerra injustificável se fazem ouvir em todo o mundo, e compete aos cidadãos, mormente aos artistas, fazer com que a barbárie não caia na normalização", diz ainda. A guerra na Ucrânia começou há cinco meses. Esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, confirmou que a Rússia tem interesses militares em outros territórios para além dos separatistas do leste, como dizia inicialmente.
A guerra na Ucrânia começou há cinco meses. Esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, confirmou que a Rússia tem interesses militares em outros territórios para além dos separatistas do leste, como dizia inicialmente.