
Há um mês que os dias se tornaram "obviamente muito diferentes" para Graça Ribeiro Telles Caldeira, de 32 anos, e João Vicente Caldeira, de 39, vividos entre Coruche e o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde permanecem internadas duas das quatro filhas do casal, feridas com gravidade no fatídico acidente de 13 de novembro, na IN 119, junto ao Biscaínho, que havia de lhes roubar o filho mais novo, o pequeno Vicente, com apenas 2 meses de idade.
Em entrevista exclusiva à TV Guia, João Vicente Caldeira diz não ter "margem para ir abaixo" e é na fé em Deus, na família e nos amigos que encontra as forças necessárias para ser o rochedo firme que a mulher e as filhas precisam para enfrentarem tudo isto e os desafios que estão por vir. É também na fé que encontra alento para superar a perda de Vicente. Apesar de ainda não ter conseguido fazer o luto, acredita que a família tem um "anjinho no Céu a interceder por todos".
Com as quatro filhas a precisarem de toda a atenção – recorde-se que Assunção, de 9 anos de idade, e Amélia, de 6, já tiveram alta e estão em casa (a mais velha até já começou a ir à escola) mas Carmo, de 7, e a outra gémea, Graça, 6, continuam internadas, a inspirar maiores cuidados e com quadros clínicos difíceis –, João Caldeira e Graça Ribeiro Telles ainda não tiveram paz para fazer o luto pelo filho bebé.
"Infelizmente aconteceu o que aconteceu e automaticamente as prioridades ficaram todas viradas para elas que estavam em estado grave e muito grave. Sempre com aquele sentimento de perda pelo Vicente, mas teve que ficar para depois. Há uma tristeza e saudade muito grandes, mas estamos a aceitar a perda com fé e união e com a certeza de que temos um anjinho no céu a interceder por todos", conforta-se o pai, que tem sido nestes dias difíceis o exemplo de resiliência para que os dias continuem com alguma normalidade.