
A decisão do presidente da RTP de mudar de diretor de informação é uma opção correta, que melhora o produto da empresa, enriquece a democracia e dá um sinal forte de que a televisão do Estado vai combater o seu próprio imobilismo. A informação da RTP é um problema que se vinha agravando: pouca investigação jornalística de qualidade, notícias em primeira mão praticamente inexistentes, comentadores cada vez mais irrelevantes, ou mesmo desconhecidos, e programas regulares sem qualquer golpe de asa, como é o caso débil 'É ou Não É'. Acresce a tudo isto o recente afastamento dos melhores profissionais por motivos subjetivos e de condicionamento político, como aconteceu a José Rodrigues dos Santos na emissão eleitoral. Atentemos também na antena do canal 2. É absurda a ausência de qualquer lógica diferenciadora na informação, reduzida a meros noticiários burocráticos. Finalmente, o canal de informação, a RTP-3, é uma inexistência. Comentadores sem qualquer perfil público, indiferença e distância em relação ao país real, subserviência burocrática à grelha pré-existente, sem uma lógica consistente de reação às notícias de última hora, são as principais debilidades de um canal que, por este caminho, perderia razão de ser. Aliás, declarações recentes do presidente da empresa, Nicolau Santos, indicam o falhanço da RTP-3 como principal motivo para a queda da direção de informação.
Informação
Vítor Gonçalves
Imune aos palácios do poder e às tertúlias da empresa, indiferente à pressão das redes sociais ou ao politicamente correto que corrói a democracia, chega ao cargo mais importante da RTP na hora mais indicada, quer para ele, quer para a empresa. Como espectador, ficamos todos ansiosos para assistir ao futuro da informação pública.
Programação
Meia dose
Se não é inédito a nível mundial, parece. A TVI transmitiu meio jogo do Benfica, ou seja, a segunda parte da partida contra o Bayern, sem qualquer promoção nem justificação, e depois de interromper o principal noticiário do canal. Além de ter sido, comprovadamente, uma operação ruinosa, em termos financeiros e de audiências, a compra do Mundial de clubes começa a ser gravosa, sob o ponto de vista reputational, devido à forma como a competição tem sido tratada.
A Subir
Daniel Oliveira
Deve aproveitar a série de vitórias para reforçar o seu poder dentro da SIC e evitar armadilhas como as que o levaram à derrota, há um ano.
A Subir
José Rodrigues dos Santos
O despedimento do diretor de informação da RTP é objetivamente uma vitória sua, depois de ser afastado sem razão.
A Descer
António José Teixeira
É um analista político interessante, com estilo televisivo muito próprio nessa área, mas que não conseguiu mobilizar o jornalismo da RTP.