
Os debates no parlamento têm um vasto público fiel. Há uma enorme quantidade de portugueses que acompanha os trabalhos na Assembleia da República com regularidade. Nos momentos de maior relevância, a audiência conjugada entre os vários canais é bastantes grande. o Estado da Nação, quinta-feira passada, teve transmissão em direto quase integral nos 4 canais exclusivamente de informação - SIC Notícias, RTP-3, CNN e NOW.
Somados os auditórios de todos, terá havido para cima de 250 mil portugueses a acompanhar em permanência, do início ao fim, o essencial do debate parlamentar, sobretudo naquela hora e meia em que os principais partidos do governo se envolveram nos duelos políticos mais relevantes. Se juntarmos os que assistiram aos trabalhos, parcial ou pontualmente, facilmente se chega perto do milhão de espectadores.
A lógica teatral das discussões no parlamento, o ritmo das intervenções, ou seja, toda a construção formal em redor dos debates, junta-se ao real impacto do conteúdo, visto que ali se joga muito da vida real dos portugueses. As decisões anunciadas, na abertura do Estado da Nação, sobre os bónus adicionais das pensões aí estão para o provar. Todo este interesse pela vida parlamentar desmente a ideia feita de que a política não consegue alcançar um grande auditório televisivo. Além disso, aumenta a exigência sobre atores políticos portugueses.
Transformar o debate parlamentar sobre o Estado da Nação numa espécie de jogos florais em redor de ataques, acusações e insultos, talvez não seja a melhor pedagogia sobre a vida democrática. A legislatura até começou melhor que a anterior, como disse Marques Mendes, mas insistir em ataques, ao estilo do "frouxo e fanfarrão" entre Ventura e Carneiro, não ajuda a manter o nível. Até porque, depois, são os insultos que se espalham e viralizam nas redes sociais.
Informação
Compasso de espera
Numa altura em que havia sinais positivos do Telejornal, eis que o impasse criado em redor da nomeação do novo diretor travou, nos últimos dias, a recuperação da informação da RTP. O noticiário de horário nobre, por exemplo, voltou aos tempos em que ficava em último várias vezes: 4 dias da semana passada. A RTP-3 também está a acentuar a erosão. É urgente a administração da empresa resolver o problema.
Programação
Abaixo dos 10%
A RTP arrisca uma mês de julho historicamente baixo para o serviço público. Ao fim de dois terços do mês, o canal 1 está claramente abaixo dos 10 pontos de share, e perdeu 25% dos espectadores desde janeiro, com um pico mínimo abaixo de 210 mil pessoas por minuto. Sinais negativos.
A Subir
Luciana Abreu (SIC)
É a grande aposta como protagonista da próxima novela da SIC, produto essencial para o canal manter a liderança.
A Subir
Guilherme Aguiar (SIC Notícias)
Sábado passado, voltou à antena, na SIC Notícias, sempre com o mesmo discurso tranquilo e fleumático, depois de anos afastado do comentário futebolístico. Um acontecimento.
A Descer
Starpark (TVI)
De todas as apostas da estação desde que perdeu a liderança, é talvez a menos conseguida. Por azar, está ao sábado à noite, e facilita a derrota da estação.