
Há momentos em que alguns canais de notícias e telejornais desatam a imitar-se uns aos outros. Pior: há momentos em que essas imitações desenfreadas não têm qualquer razão de ser. Nalgumas circunstâncias, e sobre algumas notícias, o único critério que parece levar à imitação desenfreada só pode ser o medo de ser original, ou de destoar do consenso geral em redor do politicamente correto, ou, no mínimo, a dificuldade de exercer a obrigação de fazer escolhas editoriais. Costumo chamar a esses momentos de imitação, em que os jornalistas decisores desistem de pensar pela sua cabeça e as emissões se replicam umas às outras sem critério aparente, de "efeito manada" no jornalismo. Todos os leitores reconhecem e podem fazer o teste: um qualquer ministro discursa sobre uma matéria de interesse médio, e logo três dos quatro canais de notícias fazem direto; o congresso de um partido, mesmo extraparlamentar como o CDS, organiza uma sucessão de intervenções, e eis que os diretos se replicam de forma irracional; mais recentemente, a monarquia inglesa celebra os 70 anos de reinado de Isabel II, e as cerimónias em Londres ocupam horas infindas de diretos na SIC Notícias, no canal CNN e na RTP3, durante quatro longos dias, como se fosse um acontecimento de alta relevância para o país. A agenda mediática tem destas coisas – alimenta-se a si própria na criação de meros eventos televisivos, que depois sobrevivem até à fraca adesão do público.
Costumo chamar a esses momentos de imitação, em que os jornalistas decisores desistem de pensar pela sua cabeça e as emissões se replicam umas às outras sem critério aparente, de "efeito manada" no jornalismo. Todos os leitores reconhecem e podem fazer o teste: um qualquer ministro discursa sobre uma matéria de interesse médio, e logo três dos quatro canais de notícias fazem direto; o congresso de um partido, mesmo extraparlamentar como o CDS, organiza uma sucessão de intervenções, e eis que os diretos se replicam de forma irracional; mais recentemente, a monarquia inglesa celebra os 70 anos de reinado de Isabel II, e as cerimónias em Londres ocupam horas infindas de diretos na SIC Notícias, no canal CNN e na RTP3, durante quatro longos dias, como se fosse um acontecimento de alta relevância para o país. A agenda mediática tem destas coisas – alimenta-se a si própria na criação de meros eventos televisivos, que depois sobrevivem até à fraca adesão do público.
PROGRAMAÇÃO - ESTRELAS DA RTP
Já aqui falámos da falta de promoção da RTP às suas maiores estrelas. Esconde-as. Não as faz circular pela grelha. Como se tivesse vergonha dos seus melhores. Na semana passada, Fernando Mendes, a maior vítima desse silenciamento, foi ao programa da tarde, de Tânia Ribas de Oliveira. Costuma fazer 8% em média. Com "O Gordo", Tânia marcou 13 e meio por cento de share e ficou perto da liderança.
INFORMAÇÃO - CARLOS MAGNO
Interessante comentário do antigo presidente da ERC, esta semana, no canal CNN. Com coragem assinalável, critica o excesso de atenção ao jubileu da rainha Isabel II, apontando o dedo não à SIC, que também merecia o reparo e que seria seguramente alvo mais cómodo para o comentador, mas sim aos jornais da TVI, casa-mãe da antena onde as críticas foram emitidas. O desassombro chama a atenção para a rubrica de Magno, a merecer cuidado acompanhamento.
SOBE - CAVACO SILVA
Uma entrevista de pouco mais de meia hora marca a atualidade e monopoliza a generalidade dos comentários e das opiniões? Só possível com Cavaco Silva. Desta vez, as perguntas de Maria João Avillez, e a sua sobriedade, ajudaram.
SOBE - CRISTIANO RONALDO
Em Alvalade, reapareceu para o mundo do futebol com dois golos pela seleção, numa inesperada goleada frente à Suíça. O desporto-rei terá um vazio enorme quando ele (e Messi, já agora) sair de campo..
DESCE - CRISTINA FERREIRA
Eis que se concretiza o pior cenário, para o qual aqui lançámos atempado alerta. Seja por falta de orçamento, seja por falta de planeamento, seja por má avaliação, a TVI fica sem 'Big Brother', abre "buracos" em vários horários e fica obrigada a recorrer a novelas repetidas.