
Foi um espetáculo americano de arromba. A convenção do partido Republicano serve para formalizar o candidato à Casa Branca, escolhido antecipadamente numa série de eleições primárias entre os eleitores do próprio partido. Ao contrário dos congressos da política portuguesa, as dialéticas ficam fora da convenção – no evento americano, vive apenas a dimensão espetacular da política, a grandiosidade, a família. Em suma, nada de razão, apenas emoção.
Quis o destino que este ano a reunião que consagrou Donald Trump tenha acontecido poucos dias depois da tentativa de assassinato do candidato e ex-Presidente, derrotado há quatro anos por Joe Biden. Isso aumentou o dramatismo da reunião, e seguramente também a audiência. Ciente da curiosidade geral, os Republicanos organizaram tudo como um mega-show televisivo.
O cenário era grandioso, com ecrãs gigantes onde os discursos foram emitidos para toda a plateia de milhares de apoiantes. Não faltou a neta de Donald a elogiar o avô, nem a mulher de Trump a ser beijada no rosto. Sempre com a projeção de um edifício que dava ares de Casa Branca por trás, para acentuar a sensação de poder.
E a apoteose foi o minuto de silêncio em memória do bombeiro morto no atentado contra Trump, com o fato e o capacete no palco, beijados em direto pelo candidato. Na América, tudo é um espetáculo. Porque razão a política não o seria também?
Informação
Da Turquia, com amor
A Turquia é a nova fonte de inspiração das novelas portuguesas. A SIC emite um formato depois do almoço, ‘Querida Filha’, de origem turca, com base no qual está a tentar recuperar a liderança e bater o fenómeno de ‘A Sentença’. A história forte de horário nobre do canal de Daniel Oliveira, ‘A Promessa’, também é uma adaptação de um original turco. Uma surpresa para os portugueses, que, pelas audiências, estão a receber a novidade com agrado.
Programação
Viva o Tour
Este ano, a RTP escolheu o canal 2 para transmitir a Volta a França em bicicleta. Voltou o espetáculo do ciclismo a chegar a todos os portugueses, e este ano com a vantagem do ciclista João Almeida ter andado pelo topo da classificação, ao tornar-se no melhor de sempre desde Joaquim Agostinho – 4º lugar final. Quem beneficiou muito foi a RTP2, que tem um mês de julho em cheio – de longe o melhor resultado do ano, acima do 1% de share.
Audiências
A Subir
Nicolau Santos
Refez a equipa de gestão da empresa, com uma nova administradora financeira, Sónia Alegre, e prepara-se para novo mandato com consciência de que a RTP vai ter de mudar. Um desafio à sua altura.
A Subir
João Almeida
Conseguiu recolocar o ciclismo no coração dos portugueses, que acompanharam com atenção as subidas magníficas na Volta à França, em que quase igualou Joaquim Agostinho, um ídolo da modalidade.
Joe Biden
Não resistiu ao debate "mais desequilibrado da história da televisão ocidental", como lhe chamei aqui, pelo que não saberemos qual seria o impacto dessa derrota nas urnas. Só por isso já ficaria na História.