
Transformo-me em mim através de ti.
Sou a força que tenho quando te tenho. Os outros podem pensar que são palavras vãs, declarações pueris, mas que sabem os outros do que é nosso? Nunca gostei de seguir só por seguir, de fazer só por fazer. Se penso logo amo, e é assim que
existo. Não preciso de validação, só de emoção, de uma casta de emoção que só se encontra quando se ama assim – quando te amo assim.
Antes de ti podia até amar mas não sabia o que era o amor.
Ensinaste-me a sentir melhor, a olhar para todos os lados do que a vida me dá e a escolher o mais interessante, o mais feliz. Por vezes custa, chega uma camada de depressão, uma fiada de tristeza, mas tu e eu sabemos, como todas as pessoas se
não sabem deveriam saber, que só as boas pessoas ficam deprimidas, e que são as melhores pessoas que mais erram.
É quando chego ao final do dia e não identifico nenhum erro que tenha cometido que percebo que errei em alguma coisa.
Somos pessoas porque erramos, o resto vem por acréscimo. Contigo não temo errar, foi essa a primeira lição que este nós me deu. Antes de ti receava a falha como se receasse a violência, como se a falha magoasse fundo – mas a falha acontece porque houve a tentativa, porque houve a criatividade, porque houve a ousadia. Quem faz sempre mais do mesmo não erra mas também não é.
Nunca será. Ser tem que ver com hesitar, tem que ver com tremer, tem que ver com chorar, tem que ver com euforia, com salto, com dança, com queda. Ser tem que ver com entregar: entregar tudo, all in, no momento da entrega. Antes de ti talvez
me entregasse toda mas nunca me senti toda.
Somos do tamanho dos medos que somos capazes de curar em nós.
E amamos nesse tamanho também. Mede-se o amor pelos medos que é capaz de superar, em si, por si, lado a lado, sem cessar. O nosso começou com tudo para acabar e ainda persevera, herói como só ele. Nada nos unia, éramos de mundos diferentes, mas o que faz um mundo não é quem vive nele – é quem ama nele. E é para isso, em primeira instância e em todas as instâncias, sejamos honestos, que o mundo existe: para que alguém, muitos alguéns, amem em si.
É isso o que fazemos, todos os dias, com a sensação de que não custa nada por mais que tantas vezes custe tanto. Mas quando dói entender, quando dói ceder, quando dói acreditar, basta pensar no que seria não entender, não ceder, não acreditar para
se perceber que quando se ama não existe segunda opção: ou amas ou amas, e escolhes sempre amar.
Se me pedissem para escolher entre perder-te ou morrer, responderia que a pergunta era obviamente redundante, e corria para te abraçar.
Apanhas-me, por favor?
Medir: v. Estimar a extensão do que te abala; se estás com quem não te estremece de cima a baixo, estimo bem que o mandes bugiar. A percentagem de pessoas apaixonadas que são imunes a estremecimentos provocados por quem amam é, segundo as últimas estimativas, de zero por cento, mais coisa menos coisa.