
Depois de três edições de "vale tudo menos tirar olhos" em ‘Big Brother’, onde ouvimos concorrentes maltratarem-se, chamarem "imbecil" e outros mimos uns aos outros, eis que entrámos – pelos menos no primeiro mês – numa fase ‘zen’ de reality shows.Em ‘O Dilema’ o paradigma mudou: os concorrentes guerreiros, que apelidavam de jogadores e diziam à boca grande que não estavam ali para fazer amigos, deram lugar a uns fofos, saídos de um reino encantado onde se defende o respeito pelo outro e a cordialidade. Só que... como não há reinos encantados também não há concorrentes bonzinhos nestes programas.E bastou a presença de um desconcertante David Diamond, bastante mais velho e vivido do que os companheiros, para cair a máscara da Alice no País das Maravilhas e percebermos que afinal estávamos numa batalha dura de reality shows. E lá voltaram as ofensas, as palavras impróprias, as má-criações, embora sempre na tentativa de "isto é diferente" e "nós não somos assim".Por esta altura já ninguém se lembra que uma Catarina Miranda – que nunca soube escolher se queria ser heroína ou vilã – por ali passou e se valeu a pena fazer "votações para expulsar". Uma coisa é clara: a polémica sempre compensou e deu audiências. Mas não a qualquer preço.