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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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A crise nas novelas e a procura de soluções

'Festa É Festa' veio romper com o modelo tradicional do género. A forma como a história é contada, como se se tratasse do dia a dia das personagens, o tom generalizado de comédia popular, trouxeram uma lufada de ar fresco ao género... que funcionou. Se a novela da TVI resulta, será que as novelas, como as conhecemos desde sempre, têm os dias contados?
08 de abril de 2022 às 06:00
Festa é Festa
Festa é Festa

O sucesso de 'Festa É Festa' veio levantar questões de fundo no formato. Parece estranha a frase quando comparada com o título: por um lado, falamos em sucesso – na verdade, esta produção é a grande vitória da "era Cristina Ferreira" na TVI – e, por outro, de crise. Porquê? Porque, para o bem e para o mal, 'Festa É Festa' veio romper com o modelo tradicional do género. A forma como a história é contada, como se se tratasse do dia a dia das personagens, o tom generalizado de comédia popular – que, em última instância, lembra as novelas "das seis" da tarde da TV Globo, muitas vezes "de época", e sempre com uma componente muito infantil, ideais para captar crianças e idosos tradicionalmente em casa a essa hora – trouxeram uma lufada de ar fresco ao género... que funcionou. Então porquê falar em crise? Por causa do corte com o formato. Se a novela da TVI resulta, será que as novelas, como as conhecemos desde sempre, têm os dias contados. E, se sim, para onde devem as televisões caminhar?

A TVI, em busca de soluções, investiu em 'Quero É Viver', essa, sim, uma novela (embora com "cara" de série, já que a história podia contar-se em 8 episódios) e agora em 'Rua das Flores' (ainda por estrear), que recupera a comédia. É esse o caminho? Se compararmos com a SIC, o cenário futuro parece bem mais animador para a TVI. É que, depois da "rutura" muito bem sucedida da primeira temporada de 'Golpe de Sorte' (2019), nada mais aconteceu.

A série (nunca lhe chamaram novela, embora o fosse) trouxe uma nova linguagem ao género, com planos em movimento, uma agilidade de texto e de ação. Perdeu-se. A estreia de 'Por Ti' e as audiências que não arrancam, pelo contrário, caem, perante uma 'Festa É Festa' incontrolável, sempre a "inventar" "anedotas" novas – a última é o cruzeiro – demonstra que o caminho da SIC está longe de estar solucionado.

Já não chega fazer "mais do mesmo". Mas, então, estará o género novela a experimentar uma morte anunciada? Não me parece. Não foi o que aconteceu, por exemplo, no Brasil. Foi preciso, sim, ir à procura de temas, perceber o que quer o espectador, e seguir esse caminho. Se for comédia, apenas, que seja, embarca-se! Não se pode é ficar parado a ver o barco afundar.

A série (nunca lhe chamaram novela, embora o fosse) trouxe uma nova linguagem ao género, com planos em movimento, uma agilidade de texto e de ação. Perdeu-se. A estreia de 'Por Ti' e as audiências que não arrancam, pelo contrário, caem, perante uma 'Festa É Festa' incontrolável, sempre a "inventar" "anedotas" novas – a última é o cruzeiro – demonstra que o caminho da SIC está longe de estar solucionado.

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