Há escolhas complicadas de fazer, que muitas vezes se concluem por impulso ou porque estamos perante o caminho mais atrativo, o que traz mais dinheiro, enfim... o que for – já que as razões cada um as conhecerá. Pedro Teixeira teve de tomar uma decisão já lá vai um par de anos. E não foi simples porque mexia com toda a sua carreira. Acabara de sair de uma novela, 'Quer o Destino', onde assumira o papel de um vilão, com nota e distinção. Tinha acabado de dar um passo na sua carreira de ator para a primeira divisão dos "melhores dos melhores" – que é diferente da categoria "mais populares". Tinha negócios extra que o ajudavam nesse sentido: fazia parte da imagem online dos 'Bons Rapazes', plataforma "querida" das marcas de luxo, garantia bons contratos de publicidade... ou seja, tudo encaixava.
Só que... chegou Cristina Ferreira e a proposta tentadora de fazer 'Festa É Festa'. Pedro, que é um bom ator mas também um bom coração, que se deixa convencer com desafios empolgantes, aceitou o seu Tomé que, rapidamente e graças ao seu talento e capacidade de tanto fazer drama como comédia, se transformou num sucesso entre os espectadores. Parte do êxito de 'Festa É Festa' deve-se a Teixeira e à dupla que faz com Pedro Alves (o Bino). Este ano, ao trabalho na novela, Pedro somou a apresentação de um novo concurso – bem diferente de 'Mental Samurai'. 'Vai ou Racha' é um acesso ao horário nobre, é "para todos", é pura diversão. Enquadra-se, portanto, na mesma linha de 'Festa É Festa'. Pedro desempenha bem a nova função na TVI, de alavancar o horário das 7 – e também o do fim de semana? Claro que sim. Porque ele faz bem tudo o que se empenha. A questão é outra.
A questão é: o seu talento está ou não a ser desperdiçado? A sua imagem está ou não a ser desgastada em antena. E, finalmente, este Pedro Teixeira "popular" consegue ou não estar em sintonia com os desafios que as marcas têm para ele e o que esperam que ele lhes traga?
Não se pode ser tudo ao mesmo tempo. Nem na carreira nem na vida. Há escolhas que se fazem e que deixam marcas. Se calhar é o momento de Pedro Teixeira parar e pensar no que anda a dizer "sim".
