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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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Trapos, julgamentos e feminismo no século XXI

Jaciara foi julgada dentro do programa de todas as formas possíveis. Ora porque usava biquínis pequeninos, ora porque distribuía (ou tentava, pelo menos) beijinhos nos lábios aos concorrentes... daí até levar o rótulo de "fácil" foi um ápice. É a forma de ela estar. Beija, brinca, ri, mostra o corpo. E então? Qual o problema?
11 de fevereiro de 2022 às 06:00
Jaciara
Jaciara

Este Big Brother está a ser digno de aulas sobre comportamento humano. Não que isto seja uma novidade no formato do reality showmais famoso do planeta. É, aliás, a sua essência. Porém, levando em conta que as personagens são já figuras públicas, cada comportamento dentro do programa e no "em redor" ganha uma dimensão mais intensa e influenciadora da sociedade. E é aqui que mora a questão: até onde deve haver julgamentos a partir de um programa com estas características. 

E atenção! Eu própria, nesta crónica, posso incorrer no mesmo problema: julgar, ter opinião sobre uma ou outra situação, sem dispor de todos os dados que me permitam fazê-lo.

Não, não vou falar de Bruno de Carvalho nem de relações alegadamente "tóxicas" nem das imagens que passam nos especiais da TVI e que alegadamente retratam a sua relação com Liliana Almeida. Como diz o provérbio: entre marido e mulher, ninguém meta a colher. E a verdade é que toda a gente mete a colher e opina sobre esta relação. Que não passa de uma relação dentro de um programa de televisão que se quer com audiências e que, quero eu acreditar, não corresponda à realidade extraficção.

Falemos antes de Jaciara. A brasileira foi julgada dentro do programa de todas as formas possíveis – e, pior, por mulheres como ela. Ora porque usava biquínis pequeninos, ora porque distribuía (ou tentava, pelo menos) beijinhos nos lábios aos concorrentes... daí até levar o rótulo de "fácil" foi um ápice.

Primeiro, a ex-mulher de um jogador de futebol estranhou. Depois, entranhou e ela própria começou a tentar brincar com a situação. Sem conseguir. Porque não há com o que brincar. É a forma de ela estar, é o "jogo" (como eles gostam de dizer) que escolheu, é o que é. Beija, brinca, ri, mostra o corpo. E então? Qual o problema? Se estivéssemos a falar de uma gordinha em microbiquíni não estariam já as redes sociais a pôr hashtags com as declarações #mybodymyrules ou #nomeucorpomandoeu? Pois é... Ser mulher, em 2022, é mais complicado do que parece. Dar-se ao respeito é algo interior. Não uma fachada para um programa de TV. A realidade da vida real, infelizmente, é cruel e, sim, preocupante. 

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