
A TVI voltou a vencer o campeonato das audiências, pelo 13.º ano consecutivo, e está de parabéns por isso. Mas que continua a dar tiros nos pés, continua. Desta vez, na apresentação de ‘Casa dos Segredos’, em Lisboa, Bruno Santos decidiu disparar sobre José Carlos Malato, em vez de se focar em Manuel Luís Goucha e valorizar assim o sucessor de Teresa Guilherme. Tudo – imagine-se – porque não gostou de que o seu convite, supostamente secreto ao alentejano para conduzir o ‘reality show’, tivesse sido tornado público – notícia avançada, em exclusivo, pela ‘TV Guia’, em 7 de Dezembro. Dizer agora aos jornalistas que vai ter "uma conversa com ele" e que "é engraçado que estas coisas aconteçam sempre na altura em que se estão a renovar contratos" é, no mínimo, deselegante para alguém que assume um lugar tão distinto numa estação líder.
Veja-se bem: em momento algum o director-geral da TVI desmente o convite a José Carlos Malato. E não o faz porque, de facto, convidou a estrela da RTP para se mudar para Queluz de Baixo, nomeadamente para comandar a ‘Casa dos Segredos’. E insinuar, portanto, que o seu "amigo" alimentou esta notícia para "apertar" com os responsáveis da estação pública na renovação do seu vínculo laboral é injusto para o profissional e homem de carácter que é o apresentador. Não faz sentido. Como não faz sentido nenhum também Bruno Santos ter pensado, um dia, que o alentejano tinha o perfil adequado para dar a cara a este ‘reality show’. Não tem. Mas, bom, isso já era outra conversa.
Fruto de uma concorrência débil, que se limita a fazer cócegas na informação e na ficção nacional – falo da SIC –, há margem para haver desnortes na TVI. Acontece em todo o lado. Mas tantos, em tão pouco tempo, não é normal. Era bom que Bruno Santos deixasse de lado estes ataques infelizes a um "amigo de longa data" e se concentrasse no seu trabalho. Um exemplo? Convencer o ‘chef’ Ljubomir Stanisic a fazer a segunda temporada de ‘Pesadelo na Cozinha’, apenas o melhor programa de televisão em 2017.