
1. Bruno Nogueira não é Ricardo Araújo Pereira. Nem Herman José, o mestre do humor, que transborda talento, mas que se aburguesou com o perfume do sucesso e se divorciou da atração pelo risco que o levava aos céus. Bruno, à parte os diretos do confinamento, não está a conseguir provar aquilo que dele se diz: ser um humorista brilhante. Não chega ter uma boa ideia de base. É preciso saber trazê-la à vida e dar-lhe corpo.As audiências que a SIC obtém com ‘Princípio, Meio e Fim’ são péssimas para a expectativa criada. Dir-se-á que é um programa para minorias, para alcançar novos públicos, através de todas as plataformas, mas isso basta? Para já, o que se viu é pífio, e os resultados – 495 mil espectadores no 1.º episódio e 326 no mil no último domingo – não justificam o investimento. O diretor Daniel Oliveira tem consciência disso, e daí colocá-lo em fim de noite.
2. Neste caso concreto, pouco me importa se o diretor de Informação da TVI é amigo de José Sócrates – eu não o seria – e até se o foi visitar à prisão de Évora. Anselmo Crespo conseguiu para a estação de Queluz de Baixo o exclusivo da primeira entrevista do antigo primeiro-ministro, após a sentença do juiz Ivo Rosa, e isso já é uma meia vitória. A outra foi a (boa) surpresa José Alberto Carvalho. Não sendo este género jornalístico, a entrevista, o seu ponto forte, a verdade é que ele bateu-se bem, com firmeza e acutilância, frente a um político profissional… que chegou a perder-se no guião que poucos levam a sério.
3. Pedro Fernandes termina contrato de exclusividade com a TVI no final de maio, e a estação de Queluz de Baixo não o vai renovar. Está no seu direito, até porque o momento, já se percebeu, é dos Ben, Zé Lopes, Fanny e Rúben Pacheco Correia desta vida. O que custa entender é Cristina Ferreira não ter cumprido a sua promessa de 11 de novembro, no ‘Especial Futuro’: que o comunicador iria ter, com Marco Horácio, um formato de late night.