
A frase é de Herman José e não deixa margem para dúvidas quanto à vontade de vários rostos da RTP – e não só! – em apresentar o Festival da Eurovisão da Canção, entre os dias 8 e 12 de Maio, em Lisboa, no Altice Arena. "Apresentar um espectáculo dessa envergadura é irresistível para qualquer comunicador", confessa o humorista, em exclusivo, à TV Guia, depois de José Carlos Malato, um fervoroso adepto do certame, se ter auto-excluído, logo após a vitória de Salvador Sobral em Kiev, e de ter avançado, à nossa revista, o nome de Catarina Furtado. "Tem de ser apresentado por mulheres bonitas." Esta, de facto o grande nome do entretenimento da estação pública, abraçou o repto: "Se o Malato o diz, quem sou eu para o desdizer? Obviamente, se a RTP me chamar, aceitarei com orgulho. Além do mais, será uma emissão para todo o mundo. Mas também poderia repetir o dueto com a Sílvia Alberto."
Na terça-feira, dia 7, o presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, chamou os jornalistas para lançar o Festival da Eurovisão, mas recusou-se a adiantar, para já, os nomes dos apresentadores. Qualquer decisão que venha a tomar, seja ela qual for, irá gerar, muito provavelmente, uma chuva de críticas no País. A estes três nomes, Catarina Furtado, Herman José e Sílvia Alberto, podem juntar-se outros tantos, como os de Jorge Gabriel, Filomena Cautela e Pedro Fernandes, duas apostas fortíssimas da actual direcção de Programas da estação pública, e a escolha, portanto, nunca será consensual – até Pedro Granger, talvez o maior entusiasta do evento, assumiu recentemente esse sonho, numa entrevista: "Com tanto amor e com tanta alegria pelo Festival, não há ninguém como eu. Tenho qualidade enquanto apresentador e tenho a paixão que um fã tem. Mas não sou a última bolacha do pacote, tenho de ser realista."
Para mim, a coisa resolvia-se assim, com todo o respeito por Herman José, um senhor: Catarina Furtado e Jorge Gabriel. São dois profissionais experientes, fruto de uma carreira sólida de mais de 20 anos, respeitados pela maioria dos portugueses, donos de um grande carisma e (bem) capazes de assegurar um espectáculo de qualidade, durante várias horas, para todo o mundo. Há dúvidas?
* O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga ortografia.