1. César Mourão estreou na SIC uma nova temporada de ‘Terra Nossa’ – a ver se não troco o nome ao formato, porque ainda temos na televisão portuguesa ‘Terra Brava’ (novela) e ‘Terra Nova’ (série) – e cumpriu bem com a sua tarefa: venceu o dia (8 de agosto), com 1 milhão e 107 mil espectadores, por apenas mais 14 mil do que a novela ‘Quer o Destino’, da TVI, é verdade, mas – como diz Teresa Guilherme – "isso agora não interessa nada". Foi líder de audiências, ponto final. E é isso que a estação quer.
Além da qualidade do trabalho do ator e humorista na bonita cidade de Aveiro, com (e entre) as suas gentes, gostei sinceramente de ver as suas palavras na segunda-feira. "A minha luta é comigo mesmo, só sei se ganhei se na próxima semana o segundo episódio fizer mais do que o primeiro, e assim sucessivamente. Ontem fomos o programa mais visto do País, é certo, mas podemos ainda vir a ser o último. Trabalhamos para que isso não aconteça." Sabia que César era inteligente, talentoso e perfeccionista, não sabia que vestia tanto a camisola e era ambicioso desta maneira. Muito bem. Fossem todos assim, e a SIC não teria de se preocupar nos próximos meses com a rival TVI.
2. ‘Quem Quer Namorar com o Agricultor?’ chegou ao fim no domingo, 9, e foi líder de audiências, com 1 milhão e 467 mil espectadores. A SIC realçou, e bem, o feito no dia seguinte. "A final da 3.ª temporada bateu o recorde das finais do formato, e em 2020 é a final mais vista da televisão portuguesa! Uma despedida em grande…" Contra factos não há argumentos. Mas eu pergunto: que resultado teria alcançado o ‘reality show’ de Andreia Rodrigues se tivesse ido ao confronto direto com o ‘Big Brother’ na semana passada?
3. Morreu Fernanda Lapa, uma mulher genial da cultura portuguesa. Deixa-nos fisicamente aos 77 anos, o País fica mais pobre, mas, para sempre, ficarão a sua obra e a sua luta. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enalteceu a sua "voz interventiva nas questões do teatro, da cultura e da intervenção cívica", eu recordo, nesta hora de pesar, a criação da Escola de Mulheres há 25 anos, que deu expressão nos palcos a uma das batalhas da encenadora e atriz: a da igualdade entre mulheres e homens, no teatro e na vida.
