
Lamentaram-se alguns dos nossos leitores pela pouca atenção que foi prestada ao aniversário da Guarda Nacional Republicana. Prometi dedicar este espaço à evocação desta importante instituição nacional que, quer na vertente policial quer na vertente militar, cruza a vida da comunidade portuguesa nas mais diferentes áreas de atividade. Desde a investigação criminal até à proteção do ambiente, do patrulhamento costeiro até ao controlo de trânsito assegura múltiplas tarefas que lhe foram sendo entregues gradualmente ao longo deste meio século de democracia.
A sua história é feita de altos e baixos. Muitas vezes considerada o braço armado dos sucessivos governos, onde a subalternidade absoluta em relação ao Estado Novo foi um dos momentos menos populares da sua existência, pode dizer-se, em forma de saldo entre o deve e o haver, ganhou um prestígio e forte empatia popular conforme se consolidou como uma força militar de segurança.
Recordo, a este propósito, um programa de inexcedível humanidade, que monitoriza idosos que vivem isolados no espaço rural. E se este policiamento de proximidade é o exemplo do aprofundamento da cidadania que emerge do seu comportamento diário, não se deve excluir o apoio que têm prestado a escolas ou mesmo, no domínio familiar, prevenindo e reagindo em primeira instância, contra a violência doméstica.
Para percebermos a dimensão desta instituição deve sublinhar-se a sua competência territorial que abrange mais de 90 por cento do País.
Chegados aqui, coloquemos a questão noutra perspetiva. As polícias no seu conjunto, e a GNR em particular, são instrumentos para a gestão do Estado. São os responsáveis pela aplicação das leis e para a manutenção da ordem e segurança que decorrem do texto constitucional e da legislação que daqui irradia. Ora, o corpo normativo do Estado é geral, universal, abstrato e impessoal. São as polícias que lhe dão rosto.
A Guarda Nacional Republicana é hoje uma referência pela humanização dos seus procedimentos. É o melhor elogio que se lhe pode fazer em tempo de aniversário. Muitos parabéns para quem nela trabalha.