
Um dos pilares da soberania do Estado é assegurar a sua segurança interna e externa. Sem este suporte, para sobreviver, qualquer Nação fica exposta ao risco. Dizendo de outra forma, a soberania de um Estado-Nação é indissociável de Forças Armadas capazes e competentes e de Polícias eficazes.
Esta reflexão surge na sequência de uma pequena notícia que dá conta de que dos 47 instruendos do curso de Comandos apenas restam 14. E qual é a causa principal apontada para esta debandada? Os ordenados que irão auferir não são compatíveis com os níveis de prontidão e exigência que caracteriza esta unidade de elite do exercito português. É sabido que o mesmo motivo não atrai para a vida militar eventuais marinheiros e militares da Força Aérea. Assim como para a PSP e para a GNR. A falta de pessoal para os níveis militares de baixa patente explica muito da fragilidade em que nos encontramos no domínio da segurança.
Se a este grave problema associarmos a pobreza, para não lhe chamar mendicidade, do material bélico e instrumental necessário às operações que são exigidas a este setor da vida pública a coisa ganha proporções de catástrofe. Na Armada é aquilo que se sabe. Basta lembrar o recente episódio com o navio de patrulha Mondego. Para não falar das fragatas e submarinos acostados, esperando melhores dias. A Força Aérea tem a maioria do material nas ruas da amargura. A nossa artilharia e blindados são apenas pequenas amostras. Nas Polícias são mais os carros avariados do que aqueles que estão ao serviço. E já não se fala de arsenais que estamos bem mais perto da guerra do Raul Solnado do que era suposto.
Segundo um dos generais que agora faz comentário nas televisões, se, por absurdo, a fragata russa que deveria ter sido escoltada pelo navio Mondego – só essa fragata – atacasse o nosso País, em poucos minutos seria desmantelado aquilo que resta de operacional nas nossas Forças Armadas. Neste território crucial para a dignidade do País já não é a pobreza que reina. É a pelintrice.
Pobre País, pobre Estado, pobre Nação que, por desleixo político, chega aqui.