
O cardeal George Pell morreu aos 81 anos, na cidade do Vaticano. O antigo arcebispo de Melbourne chegou a ser condenado, em 2018, por abusos sexuais de dois adolescentes, que tiveram lugar em 1996. O mais alto funcionário da igreja católica acusado de abusos sexuais acabaria absolvido em 2020.
Morreu esta terça-feira, segundo referem os media internacionais, na sequência de complicações depois de uma operação à anca. Segundo a Reuters, fontes religiosas acreditam que sofreu uma paragem cardíaca num hospital em Roma.
Pell foi o ministro das Finanças do Vaticano até 2017 quando foi afastado na sequência do processo de abusos sexuais que enfrentou na Austrália e que viria a considerá-lo culpado. O cardeal sempre negou ter cometido os crimes e a condenação acabou por ser anulada, numa decisão unânime do Supremo Tribunal, em 2020.
O arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, confirmou a morte de Pell em comunicado, citado pelo jornal britânico The Guardian. "É com grande tristeza que confirmo que sua eminência, o cardeal George Pell, morreu em Roma ao início desta manhã. Esta notícia é um grande choque para todos."
Pell esteve na quinta-feira passada no funeral do papa emérito, Bento XVI, que se realizou no Vaticano.
George Pell foi ordenado em 1966, tornou-se bispo em 1987 e cardeal em 2003. Ocupou ainda os cargos de arcebispo de Sydney e de Melbourne, no final da década de 1990 e início de 2000.
Entre 2014 e 2019 desempenhou o cargo de Perfeito para a Economia da Santa Sé, o equivalente ao ministro das Finanças. Regressando a Melbourne para enfrentar o julgamento onde ser acusado de abusos sexuais. Acabaria ilibado pelo tribunal superior em 2020, data a partir da qual passou a viver no Vaticano.
Além de ter estado acusado de abusar de dois adolescentes, Pell viu-se ainda envolvido no escândalo de abusos sexuais de menores através do possível encobrimento de um padre pedófilo, que foi transferido de paróquia em paróquia. Segundo o próprio tinha ouvido rumores, mas ficou surpreendido com as descobertas da comissão real para os abusos sexuais na igreja, feitas em 2020, alegando não existirem provas.