Crise no casamento: 30 meses depois, Olena, mulher de Zelensky assume como a distância da guerra separou a família
A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, revela que a guerra fortaleceu o casamento de 21 anos, mas não perdoa a distância depois de ser obrigada a afastar-se do marido.
Dois anos e meio desde o início da guerra, a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, ainda não realizou o desejo de reunir a família novamente. São 30 meses com a tensão dos bombardeios, a tentar justificar aos dois filhos as razões para viverem longe do pai, Volodymyr Zelensky, o alvo número um da Rússia.
Antes do início da guerra, a família de Zelensky tinha uma vida privilegiada, com viagens aos fins de semana para Barcelona, escapadinhas para ver concertos, como a primeira-dama recordou numa entrevista antiga à ‘Vogue’ sobre uma passagem por Lisboa só para ver Adele atuar, a filha mais velha do casal sonhava com viagens e experimentava a vida de atriz e o mais novo dedicava-se as aulas de música.
O sucesso de Zelensky como ator e da mulher como guionista, principalmente depois da série ‘Servo do Povo’ – que chegou a ser a terceira produção de maior sucesso na Rússia -, rendeu alguns milhões ao casal. De acordo com a ‘Forbes’, Zelensky tem um património imobiliário de cerca de quatro milhões de dólares, com dois apartamentos próprios, dois de propriedade conjunta, um imóvel comercial e cinco espaços de garagem. A conta bancária do casal teria cerca de dois milhões de dólares em dinheiro e títulos do governo e Zelensky e Olena ainda partilham outros bens, como carros e joias.
A ex-guionista e ex-arquiteta de 46 anos separou-se do marido na noite de 24 de fevereiro de 2022. Numa entrevista à ‘Vogue’ no ano passado, recordou como foi aquela noite. Olena acordou com o barulho do início da guerra, viu o marido de fato pela última vez, a afirmar: "Começou". "O que devemos fazer com as crianças?", questionou a primeira-dama ucraniana. "Espera", respondeu Volodymyr Zelensky, "depois digo. Mas por salvaguarda, reúne algumas coisas essenciais e os documentos.
Foi a última noite de todos a viverem juntos. Zelensky ficou em Kiev, Olena foi com os filhos para um local protegido na Ucrânia, e só passados dois meses a família voltou a reencontrar-se.
Numa entrevista na semana passada ao ‘Daily Mail’, Olena declarou que a distância e a guerra fortaleceram o casamento de 21 anos. "Acho que estamos mais próximos e mais unidos porque nos apoiamos mutuamente da forma que esperávamos".
"Não nos vemos tantas vezes como gostaríamos, por isso cada encontro é uma alegria. Nunca estamos cansados uns dos outros, nunca nos aborrecemos uns aos outros. E isso também fortalece a família", continuou, acrescentando ainda que esta "não é uma vida normal". "É um fardo e uma pressão psicológica constantes [...] Espero que quando esta pressão for aliviada, com a nossa vitória, consigamos manter-nos sãos e que fiquemos bem. No entanto, agora acho que estamos mais próximos do que nunca a nível emocional".
Mas em setembro do ano passado a primeira-dama mostrava-se mais cansada da distância. "Isto pode ser um pouco egoísta, mas preciso do meu marido e não de uma figura histórica ao meu lado", disse à ‘BBC’.
Sempre que possível, ela e os filhos aproveitam a "oportunidade" de ver Zelensky. "Não com a frequência que gostaríamos", disse. "O meu filho sente falta do pai [...] Mas continuamos fortes, temos força tanto emocional quanto física. E tenho certeza de que vamos lidar com isso junto".
"Dói-me ver que os meus filhos não planeiam nada", afirmou sobre Oleksandra, de 20 anos, e Kyrylo, de 11. "Os jovens com essa idade sonham com viagens, com novas sensações, emoções. Ela não tem essa oportunidade".
Às vezes mais cansada da distância, outras vezes mais otimista sobre o seu casamento, a única coisa que não mudou nas várias declarações à imprensa foi a confiança que Olena sente em Zelensky como presidente de um país em guerra. "Tenho que ser franca, sim, estou orgulhosa dele. Mas não foi uma surpresa para mim. Foi apenas mais uma prova de que escolhi a pessoa certa", afirmou este mês ao ‘Daily mail’. "Nos dias, semanas e meses aterrorizantes no início da guerra, não duvidei nem por um segundo da forma como ele se comportaria. Mas estou ainda mais orgulhoso da sua resiliência. Esta é uma maratona longa".