Pais antes de reis. Como Felipe VI e Letizia estão a quebrar regras e a fazer imposições para mudar o futuro das filhas
Com os interesses de Sofia e Leonor acima da Coroa, os reis querem que as filhas se sintam comandantes da sua vida em detrimento de andarem ao sabor do protocolo. O que eles têm feito para tornar melhor o futuro das jovens.Enquanto criança e jovem estudante, Felipe VI foi sujeito a uma educação sem lugar a falhas protocolares e onde o rigor e a disciplina marcavam a toada. Juan Carlos – seguindo a velha máxima do 'públicas virtudes e vícios privados' – não admitia lacunas ou espaços em branco, pelo que o herdeiro ao trono não se desviou um milímetro da rigidez daquilo que a Casa Real espanhola tinha pensado para o seu futuro. E claro que, desde então, os tempos são outros e muita coisa tem mudado, mas tudo isso terá pesado na forma com que, agora enquanto rei, Felipe se dispôs a educar as filhas.
Leonor, a mais velha, é a que está sujeita a mais pressão, é herdeira ao trono espanhol, no entanto tanto Letizia como o pai sempre a terão feito ver que isso não significaria um 'machado' em cima do pescoço. A sua formação será necessariamente militar, cumprindo assim, o protocolo, mas fora do navio e das obrigações escolares, e dentro de uma base de responsabilidade, o que a jovem faz só a ela diz respeito, com os monarcas a quererem dar-lhe a oportunidade de ser simplesmente uma miúda a viver a sua juventude.
Para isso, Letizia terá tido a sua quota parte de responsabilidade. Ela que era jornalista, plebeia, sabe bem a pressão e o impacto que fazer parte de uma família como esta podem ter na vida e dinâmicas e, querendo o melhor para as filhas, isso implica também dar-lhes liberdade para serem elas próprias apesar e para além do clã.
O exemplo mais recente desse respeito familiar aconteceu com a filha mais nova, Sofia, que depois de ter cumprido o ensino médio no País de Gales, recusou seguir a formação militar, como a irmã, e quer ter o seu próprio percurso universitário, algo que foi aplaudido pelos pais, que em breve irão anunciar qual o passo que se segue na vida da jovem, que já fez saber que quer ter uma carreira própria e não apenas ser a irmã de Leonor ou a filha dos reis, que cumpre atos protocolares.
SÃO PAIS ANTES DE SEREM REIS
De acordo com a psicóloga Lara Ferreiro, ouvida pela revista 'Lecturas', o facto de Juan Carlos ter sido um pai distante motivou o rei Felipe VI a fazer melhor com Sofia e Leonor, estabelecendo novos padrões, formas de contornar o protocolo e a fazer exigências em torno daquilo que é o supremo interesse das filhas. "Marcou-o que Juan Carlos tenha sido um pai distante, hierárquico e tradicional. Um pai ausente, focado no protocolo e na formalidade", admite a especialista, acrescentando que Felipe faz tudo diferente e não tem problemas em tomar decisões radicais em nome das filhas, colocando-as sempre à frente da Coroa.
"Ele é um pai próximo, amoroso, afetuoso, empático, cúmplice, que apoia as filhas em tudo. Para ele, as filhas são mais importantes do que a coroa. Tanto ele como Letizia são pais antes de reis."
Outro dos aspetos destacados pela psicóloga é o facto de Felipe VI não fazer distinção entre as filhas e, pelo contrário, evite que Sofia se ressinta pelo facto de ser a irmã mais velha a herdeira ao trono. "Ele não tem qualquer desejo de ser o centro das atenções e preserva a individualidade das filhas para que elas possam brilhar individualmente e sem sombras. Não quer ofuscá-las e reforça a sua identidade em Leonor e Sofia."
A união é o grande foco da família que, pese embora a exposição mediática, se esforça por preservar a intimidade dos mais jovens elementos do clã.