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Tudo adiado por causa do bombeiro Dudu. Toni quer os milhões bem contados e sem isso os três beneficiários da fortuna de Marco Paulo não conseguem chegar a acordo

Para já não há acordo para dividir os milhões do cantor e dar 10% de tudo a Eduardo Ferreira (o bombeiro Dudu). Os três herdeiros do cantor vão ter que se entender até finais de janeiro e já com o levantamento dos bens todo direitinho. Entretanto Eduardo explica a razão porque Marco Paulo lhe deu este "mimo" de milhões e esclarece que não eram amantes.
Por João Bénard Garcia | 12 de dezembro de 2024 às 23:53

Eduardo (Dudu) Jorge Vilaça Ferreira, de 39 anos de idade, o herdeiro surpresa do cantor Marco Paulo, que faleceu a 24 de outubro aos 79 anos com um cancro no pulmão e outro no fígado, sabia que a "prenda", ou "o mimo" - como lhe chamou em conversa tida com a revista TV Guia na sua casa em Oliveira de São Pedro, nos arredores de Braga - deixado pelo cantor lhe poderia trazer inúmeros dissabores.

Foi por isso que, mesmo antes de assumir publicamente que era herdeiro do artista, como algumas vezes este lhe disse que seria e depois de ter sido avisado pelo seu amigo Carlos Alves, testemunha na redação do testamento e seu colega nos sapadores da cidade dos arcebispos, contratou uma advogada do Porto para o ajudar na demanda. É então que entra nesta história rocambolesca, que parece saída de uma novela mexicana daquelas boas para fazer palpitar corações mais sensíveis e por lagrimitas nos cantinhos dos olhos, a jurista Joana Costa Ferreira.

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É ela quem se disponibiliza para confirmar se Dudu é, ou não, herdeiro efetivo de 10% de todo o património do cantor, ou se este fez mexidas no seu testamento a poucas semanas da morte, como a TV Guia avançou, e se num novo documento final teria deixado de contemplar o amigo Eduardo. Faz o pedido para os registos centrais, confirmou semanas depois que efetivamente existia mais um testamento de 20 de janeiro de 2023, que este contemplava como herdeiro Dudu em 10% e que assim revogava a vontade expressa pelo cantor no testamento lavrado em 2009.

"O Marco aqui era feliz, quando se ia embora para casa dizia-me: 'Lá vou eu para as Carmelitas, para as clausuras'. Chorava e queria voltar"

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Eduardo Ferreira

REUNIÃO ADIADA COM O HERDEIRO ESTRANHO

Foi também a advogada Joana Costa Ferreira quem dialogou com a representante dos herdeiros António Coelho, o amigo desde há 48 anos de Marco Paulo, que se tornou em 1991 compadre do cantor, e do afilhado Marco António. Surpreendidos com a existência de um novo testamento e por terem de dividir com um estranho a herança com a qual tinham acabado de ser contemplados a meias (achavam), a advogada de Toni e Marquinho, Luísa Santos, atendeu a chamada telefónica da colega do Norte e concluiram que, o melhor, era fazer o levantamento exaustivo de todos os bens do cantor e, só depois, reunir para se chegar a acordo com todos os herdeiros.

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Velório Marco Paulo na Basílica da Estrela Foto: Carlos Mendes
Velório Marco Paulo na Basílica da Estrela Foto: Carlos Mendes
Velório Marco Paulo na Basílica da Estrela Foto: Carlos Mendes
Funeral Marco Paulo Foto: Vítor Mota
Funeral Marco Paulo Foto: Vítor Mota
marco antónio, namorada Flash
marco antónio, namorada Flash

O levantamento integral dos bens do cantor tem de ser entregue até finais de janeiro de 2025, a reunião, que se espera ser tensa, ocorrerá no início do ano e deverão tentar chegar a um acordo sobre como vão dividir o património imobiliário, as contas bancárias e os direitos autorais do artista, sendo que estes últimos subsistem como rendimento anual e terá de ser documentado e monitorizado.

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Apontado como sendo o sortudo que "ganhou o Euromilhões" por receber parte da fortuna do cantor, Dudu ri-se e dispara: "Para  já não recebi herança nenhuma, não tenho nada em concreto", avisa, defendendo que achava bem que o amigo artista também tivesse deixado herança à amiga Tita Gameiro e a tanta gente que "o ajudou". Está grato por a escolha final ter recaído sobre ele e classifica-a como "uma prenda por aquilo que fiz por ele aqui em Braga. Nunca lhe pedi nada. Nunca lhe fiz nada. Nunca quis nada, nada, nada. Ele fez-me esta surpresa, este mimo, como lhe queiram chamar."

Marco Paulo Foto: D.R.
Marco Paulo e amiga Tita Foto: Instagram
Marco Paulo e amiga Tita Foto: Instagram
Marco Paulo e amiga Tita Foto: Instagram

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MUITA PACIÊNCIA E UMA PROMESSA

A escolha do bombeiro Eduardo como terceiro herdeiro tem uma explicação lógica, pelo menos na cabeça do próprio: "Ele vinha cá e eu passava horas com ele. O meu trabalho é mais flexível nos horários e tinha mais disponibilidade. Mesmo ao telefone, falávamos horas. Cá, íamos jantar em grupo e os nossos jantares acabavam às 3, 4 ou 5 horas da manhã, a ouvir e a cantar músicas dele. O pessoal ficava todo ali com gosto a ouvir, a cantar, a brincar. Tenho tantos vídeos dessas tertúlias, momentos lindos, maravilhosos."

Eduardo Ferreira faz ainda revelações sobre os últimos dias do cantor, fala da conversa estranha que teve com ele, e de como não se conseguiu despedir de Marco Paulo como gostaria. "A última vez que estive com ele em Sintra, a 8 de setembro, disse-me uma uma coisa curiosa: 'Honra o meu nome e prepara-te para a luta'. Na altura não percebi o que quis dizer, ele não quis explicar, e agora é que estou a juntar os pontos."

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"Agora é que vejo qual é a luta. E é quando vou ter com a dr.ª Joana e lhe disse o que se estava a passar. Já tinham lido o outro testamento na altura. Eu não sabia se estava ou não", confessa, revelando como e quando soube que tinha sido contemplado: "Soube numa segunda-feira que estava a trabalhar, e nunca mais me esqueço. Ela (advogada) liga-me e diz-me que eu estou no testamento. e eu sentei-me e fiquei dois minutos sentado sem reação. Desliguei o telefone."

"A última vez que estive com ele em Sintra, a 8 de setembro, disse-me uma uma coisa curiosa: 'Honra o meu nome e prepara-te para a luta'. Na altura não percebi o que quis dizer, ele não quis explicar, e agora é que estou a juntar os pontos."

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Eduardo Ferreira

Dudu andou um dia anestesiado, e sem saber muito bem o que fazer, tendo até cometido alguns enganos. "No dia seguinte ligaram-me à noite da revista Sábado, comecei por desmentir, mas depois disse que nem sabia bem como responder porque isto me tinha caído 'como uma bomba'. E a jornalista pegou nesta frase e fez o título. Não tem nada a ver, foi só uma maneira de falar. Disse que já tinha entregue à minha advogada e que desconhecia quais eram os trâmites seguintes."

A "BOMBA" E AS "LOUCURAS" EM BRAGA

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Depois da "bomba", veio o caos. "Foi o meu comandante que me mandou de férias porque me quis resguardar. Na sexta-feira seguinte à notícia fui fazer um desencarceramento e foi uma loucura. As miúdas queriam tirar fotografias comigo. O pessoal a parar o carro no meio da estrada e o chefe disse-me para eu ir para dentro do carro porque aquela cena estava a tornar-se desconfortável. Chegámos a um acordo, meti férias, baixa não, porque senão as pessoas pensam que estou tolo", sublinha, acrescentando:"Estou a superar bem isto porque estou de consciência tranquila. Nunca pedi nada ao Marco, nunca o iludi. Agora anda toda a gente a especular que éramos amantes. Que eu andava metido com ele. É tudo mentira. O Marco Paulo só queria ser feliz aqui em Braga e sentia-se a felicidade dele aqui."

A prova de que o cantor estava feliz quando visitava os seus amigos bombeiros sapadores de Braga era a forma como interagia com estes, como conta Eduardo em entrevista à TV Guia desta semana. "Ele era livre e podia sair à rua e ir para todo o lado. Como ele dizia, nunca tinha ido a um shopping e ficava todo contente por o levarmos lá. Ia connosco à Zara, como ele dizia: ‘Vamos à tia Zara’. Andava aí de chinelos e de calções na rua. Íamos para os restaurantes e toda a gente o apaparicava e ele adorava. Vinha para aqui e o pessoal cantava as músicas dele. Tenho aqui um vídeo com ele às 4 da manhã a beber champanhe e a cantar, com a Virinha, do restaurante dona Elvira, no santuário do Bom Jesus (em Braga) a cantar e a bebericar."

"Como ele dizia, nunca tinha ido a um shopping e ficava todo contente por o levarmos lá. Ia connosco à Zara, como ele dizia: ‘Vamos à tia Zara’. Andava aí de chinelos e de calções na rua. Íamos para os restaurantes e toda a gente o apaparicava e ele adorava."

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Eduardo Ferreira

AS RAZÕES DA ESCOLHA DUDU

O que Eduardo não imaginava era que a sua inclusão num segundo testamento iria incomodar tanto os herdeiros universais - Toni e Marquinho, com quem já teve uma relação cordial de "bom dia ou boa tarde, como estás? Devem ter levado um choque quando souberam que eu era herdeiro, mas nada de estarem zangados comigo ou que me vão meter em tribunal". "É um problema deles, não meu. O Marco quis-me incluir no testamento, foi uma coisa que quis fazer de reconhecimento pelo carinho que tive aqui por ele, que podem ver em registos gravados. O Marco aqui era feliz, quando se ia embora para casa dizia-me: 'Lá vou eu para as Carmelitas, para as clausuras'. Chorava e queria voltar", relata, desvendado:"Disse-me  que se melhorasse do cancro gostava muito de vir viver para Braga. Cá era livre e feliz. Encaixou com isto, adorava este ambiente, este mundo diferente."

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