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O mundo em 2025: A consagração de Joana Marques num ano mais tenso e proveitoso da sua carreira

Esteve na iminência de perder 1 milhão de euros para os Anjos, mas após o desfecho judicial reverteu-os a seu favor, esgotando, num par de dias, 20 Coliseus. A guerra em tribunal com os irmãos Rosado confirmou o sucesso de Joana Marques e fez dela a figura incontornável do ano. Para muitos, foi a vitória do humor, para outros o simples facto de que todos, mais ou menos conhecidos, podem ser sujeitos à brincadeira e ao escrutínio, reforçando a máxima de que não há intocáveis.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
30 de dezembro de 2025 às 11:28
O mundo em 2025: A consagração de Joana Marques num ano mais tenso e proveitoso da sua carreira
Joana Marques
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Joana Marques

O processo judicial com os Anjos, o Globo de Ouro, as polémicas com Gustavo Santos e depois com Sinel de Cores... Tudo isto se traduziu num ano em que, para alguém que brinca constantemente com o ego inflamado dos outros, o seu nome foi repetido, provavelmente, mais vezes do que gostaria. Mas a verdade é que isso também fez de Joana Marques uma das figuras - talvez 'a' figura - mais incontornável de 2025. Já passámos a parte de se gostar ou não, de se achar que tem ou não piada, o poder da humorista é palpável e reflete-se na quantidade de vezes que o seu nome é mencionado, na facilidade com que esgotou 20 datas nos Coliseus (Lisboa e Porto) a meses de o espetáculo acontecer e como se tornou conhecida em praticamente todas as casas, mesmo que não esteja na televisão.

Muitos se perguntam qual terá sido o ponto de viragem. O processo com os 'Anjos'  foi, inegavelmente, o momento que deixou o país a falar dela, principalmente pelo valor envolvido (os cantores reclamavam 1 milhão por um vídeo publicado por Instagram onde a humorista brincava com uma atuação menos conseguida dos irmãos ao vivo no Autódromo de Portimão), e em que se questionaram os limites do humor quase que em paralelo com os da liberdade de expressão. Afinal, o problema está em quem brinca ou nas suscetibilidades de quem é o alvo da brincadeira? No final do julgamento, a juíza responsável admitiu que sim, que o humor também pode ofender, mas no que se debatia ali concretamente, não viu uma causa-efeito entre a piada de Joana e os alegados prejuízos relatados pela banda. "Já foi suficientemente explicada a razão pela qual este tribunal considera que não ficou provado que foi a publicação da ré que deu origem à polémica que afetou a vida e o negócio dos primeiros [dos Anjos]. (…) Da prova produzida resultou que sofreram com os acontecimentos mas não foram trazidos aos autos elementos que permitam afirmar que esse sofrimento tem como causa a conduta de Joana Marques", pode ler-se na sentença.

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Anjos

Para muitos foi a vitória do humor, para outros da liberdade de se ter voz própria num país livre, mas o caso dos Anjos expôs também uma realidade acerca de Joana, que há muito vinha a causar algum burburinho. A humorista não foi a primeira, mas aperfeiçoou talvez a arte de olhar para aquilo que as figuras públicas dizem e fazer disso graça, sem medo de falar do influenciador menos conhecido ou dos nomes mais fortes como Cristina Ferreira ou Manuel Luís Goucha, que por sinal até é seu amigo. E para aqueles que ainda achem que há uma certa perseguição ou ressabiamento, Joana explica: “O que é saudável é todos falarmos uns dos outros. Porque é que um influencer ou um apresentador de televisão havia de ter um estatuto diferente em que ninguém pode falar dele? Faz parte do jogo, às vezes dá a ideia de que as pessoas queriam ter só uma parte, mas é um pacote. Há muita gente que pensa: não, eu quero ser conhecido e só ter a parte boa, que é ir ali a um restaurante e de repente o senhor arranja-me uma mesa especial, mas depois não quer que alguém possa olhar para o meu trabalho e ter uma opinião diferente da minha. Faz parte e eu não tenho problema nenhum das pessoas que não acham graça nenhuma. É sinal de que vivemos num país democrático e eu prefiro assim.”

Joana prefere assim e os fãs dão-lhe razão: a sua rubrica na rádio Renascença 'Extremamente Desagradável' é um êxito retumbante, não alavancado apenas na figura de Joana, mas na simbiose que construiu com Inês Lopes Gonçalves e Ana Galvão, as parceiras perfeitas para o seu humor.

Entre os muitos que lhe rogarão pragas, impacientes de que escorregue, Joana tem também uma vasta legião de admiradores, onde se conta aquele que é considerado o seu 'mestre', Ricardo Araújo Pereira,  com quem trabalhou no programa 'Isto é Gozar com Quem Trabalha' e que, perante a polémica dos 'Anjos', não hesitou em defendê-la, definindo bem, numa crónica, aquilo que é o trabalho de Joana.

"Acredito que rir dos homens e dos deuses é um passatempo muito saudável, e a Joana tem uma especial predileção pelos mais ridículos de todos: os homens que julgam ser deuses. A grande obsessão humorística da Joana é a vaidade. Mas é difícil não reparar que, sempre que ela ri de um vaidoso, está em primeiro lugar a rir de si própria. Não porque ela seja particularmente vaidosa — embora essa seja uma característica humana que, mais uma vez, todos temos —, mas porque nem de uma vaidade digna desse nome é capaz."

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