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O novo rosto da luta pelo clima em 2022. Quem é Xiye Bastida e o que aprendeu com a amiga Greta Thunberg

A ativista mexicana de 19 anos é um dos nomes mais citados entre os jovens que estão a liderar o ativismo contra as alterações climáticas.
Amarílis Borges
Amarílis Borges
30 de dezembro de 2021 às 23:00
Xiye Bastida com Greta Thunberg
Xiye Bastida com Greta Thunberg
Xiye Bastida
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Xiye Bastida
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Xiye Bastida
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Xiye Bastida
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Xiye Bastida com Greta Thunberg
Xiye Bastida
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Para a adolescente Xiye Bastida as sessões do Clube Ambiental com documentários sobre os Oceanos e instruções de reciclagem não foram suficientes. A estudante mexicana, a viver em Nova Iorque desde 2015, não descansou enquanto não mudou a opinião de todos os membros do clube de que o caminho para salvar a Terra era ativista e político. E conseguiu.

Numa carta que escreveu à sua Abuelita, e que leu numa Ted Talk, Xyie (pronuncia-se chia) agradeceu todo o conhecimento que a avó indígena passou ao pai e que ela também já teve de aprender. "Todas as suas palavras sobre a responsabilidade que temos como humanos, de viver em equilíbrio com a natureza, foram passadas a mim. Percebi a desconexão universal com o nosso planeta e lembrei-me do que me disseste uma vez: ‘Deixe tudo melhor do que encontrou.’ Eu sei que estavas a falar sobre os pratos, mas é claro, aplica-se ao Planeta também", declarou a jovem, hoje com 19 anos, na carta.

No clube ambiental da escola as ações passaram a ser primeiro escrever cartas aos representantes políticos e pouco depois o movimento evoluiu para greves dos estudantes. "Imagine que as crianças não vão à escola porque querem que as pessoas salvem o mundo…", comentou Xiye na carta à avó.

Mais tarde, a jovem reuniu 600 colegas para a acompanharem num protesto em Nova Iorque e 300 mil para a Greve Climática Global de setembro de 2019, convocada por Greta Thunberg. A ativista sueca é a grande inspiração de Xiye, que ficou "chocada ao perceber que os jovens podiam transformar a opinião pública sobre questões sociais".

Mas alguns pontos fundamentais distinguem os discursos de Xiye e Greta. A começar pelo otimismo em relação ao futuro do Planeta, que a jovem mexicana herdou da Abuelita e dos pais, Mindahi, líder de uma comunidade indígena em San Pedro de Tultepec, no México, e Geraldine, uma conhecida etnoecologista no México e nos Estados Unidos.

"Na época, o famoso discurso de Greta foi ‘A nossa casa está a arder’, a mensagem era: ‘Os adultos estão a destruir o Planeta e o nosso futuro. Nós, como jovens, temos que nos rebelar. 'E o meu pensamento é, tipo, sim, tudo isso é verdade, mas todas as pessoas numa posição de influência são adultas’", afirmou Xiye numa entrevista recente à ‘Vogue’ norte-americana.

Por isso, a jovem defende a colaboração e a solidariedade entre gerações. "Conseguimos a atenção das pessoas e agora precisamos fazer disso algo sustentável, onde os adultos não ficarão tipo: ‘Oh, cala-te. Estás apenas a gritar connosco. Não estamos a ouvir’".

Também fazia falta a representatividade das comunidades indígenas e imigrantes: "É apenas a ênfase nas pessoas mais afetadas", disse. "E também as vozes que não estão a ser ouvidas porque não estão a ser convidadas para as mesas de tomada de decisão. Portanto, diversidade, inclusão, todas as coisas que Greta não estava a representar porque ela não podia representá-las. Mas, obviamente, ela estava muito ciente disso - e a sua presença trouxe toda essa atenção a nós."

Xiye Bastida com Greta Thunberg
Xiye Bastida com Greta Thunberg Foto: Instagram

Ao contrário do sonho da infância, de tornar-se uma veterinária a viver em Paris com uma boutique/hospital para animais, Xiye Bastida ingressou na faculdade de Estudos Ambientais com foco em Política na Universidade da Pensilvânia. Além das aulas, ainda tem uma agenda cheia em palcos internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP) e a Cimeira do Clima.

"Em 2050, terei 48 anos e quando olhar pela janela verei o mundo que estamos a negociar agora", declarou Xiye na COP26, que aconteceu em novembro em Glasgow, Escócia. "Ao invés de tentar arranjar os danos que as gerações anteriores causaram, estamos a acrescentar danos a cada dia que não agimos, o que representa uma profunda imoralidade ética".

Xiye Bastida
Xiye Bastida Foto: Instagram

Foi a segunda vez de Xiye nesta conferência, e apesar do discurso mais alarmante, a ativista quis finalizar com um convite: "Gostaria de convidar todos aqui a conectar-se num nível pessoal ao seguinte: 'Eu estou num crítico momento da História, no qual eu tenho um papel no futuro do Planeta. Serei respeitável e responsável o suficiente para ouvir as gerações do futuro e a melhor ciência disponível e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para deixar este mundo melhor do que encontrei".

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