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O regresso de Elsa Raposo, 10 anos depois da sua saída de Portugal

Considerada uma das mulheres mais bonitas de Portugal, a antiga manequim foi a primeira capa da revista Flash!. 18 anos depois e a residir na África do Sul, Elsa aceitou contar como tem sido a sua vida longe dos holofotes.
Ana Cristina Esteveira
Ana Cristina Esteveira
23 de julho de 2021 às 00:03
Elsa Raposo
Elsa Raposo Foto: dr

Se a princesa Diana foi a personalidade mais fotografada do mundo, arriscamos a dizer que Elsa Raposo foi a mulher mais fotografa em Portugal. A sua beleza nórdica e a sua evidente sensualidade sempre atraiu os flashes das câmaras. Mas a ex-manequim não era [nem é] apenas uma mulher bonita. A sua doçura, generosidade para com todos e simpatia fez de si uma das figuras mais mediáticas do nosso país.

Há 18 anos, no nascimento da FLASH! o nome de Elsa Raposo foi consensual. Só ela poderia ser a primeira capa da nossa revista. E que boa escolha fizemos! Vestida de noiva, com uma criação do costureiro João Rôlo, a ex-manequim estava mais poderosa do que nunca! Choveram elogios de todos os lados.

Capa FLASH! n.º 1 com Elsa Raposo
Capa FLASH! n.º 1 com Elsa Raposo Foto: FLASH!

Mas, de um dia para outro, Elsa Raposo virou costas a todo o mediatismo. Dizia-se cansada de tanta atenção das revistas! Exausta dos vários escândalos que se lhe colavam ao nome. "Não fiz nada de mais. Nada que as outras também não tivessem feito", esclarece em conversa com a Flash!

Há quase 10 anos saiu de Portugal. Realizou o sonho de viver em África, continente pelo qual se apaixonou quando esteve em Angola. Fixou residência na África do Sul. E lá casou! Diz-se feliz e realizada. Na entrevista que aceitou dar à nossa revista, quebrando um prolongado silêncio, Elsa Raposo mostra-se uma mulher tranquila, de bem com a vida e, sobretudo, com ela própria. O passado está arrumado. Sem mágoas ou arrependimentos.

Elsa Raposo, agora com 56 aos, está focada no presente mas sem perder a esperança no futuro. Futuro esse que gostaria que passasse pela televisão e por um regresso ao nosso país. Um regresso que garante acontecerá quando for avó: "Não vou aguentar estar longe dos meus netos". 

Há quantos anos vive na África do Sul?

Há nove... quase 10.

Como é a sua vida aí, tão longe de Portugal?

Tranquila, com a minha colaboração na A//FIRMA e com a The Travelling Art Gallery onde as esculturas do Dale Hellmann [o marido] viajam pelo mundo. E há novidades que estão a chegar, mas das quais ainda não convém falar.  Além disso, faço exercício físico todos os dias e meditação. Também gosto muito de cozinhar. Gosto muito de cá viver, sempre gostei imenso de África e sempre disse que um dia viria para cá viver.

Como se deu esse encantamento?

Teve a ver com uma viagem que fiz a Angola por causa de uma oportunidade de trabalho. Estive lá duas vezes a trabalhar num grupo de hotelaria. Mas ainda assim, e apesar de ter gostado tanto, fiquei chocada com as disparidades sociais, com a diferença entre os ricos e os pobres.

E como foi viver para a África do Sul?

Na altura estava a viver com o Patrick Haillot e fui com ele. Mesmo depois da relação ter terminado fiquei a trabalhar numa companhia que estava sediada em Joanesburgo. Foi um casal que tinha imensas casas que, depois e terem visto a minha, contrataram-me para remodelar todos os imóveis que tinham. Fui muito feliz. Viajei muito, trabalhei muito e também me diverti muito com aquele trabalho. Estive lá três anos. Quando o contrato acabou, ponderei regressar a Portugal, mas foi nessa altura que conheci o Dale. Apaixonei-me, casei-me... e ainda cá estou. 

Elsa Raposo
Elsa Raposo Foto: dr

O que mais gosta da vida que leva aí?

O melhor de tudo é poder viajar por África. Fazemos dois a três safaris por ano. É algo que me apaixona. Estar na savana em contacto com a Natureza no seu estado mais puro,  traz-me tanta paz. De cada vez que vamos, sinto-me  como uma criança à descoberta. O amanhecer e o entardecer são lindos, indescritíveis só mesmo em África. Temos também uma casa na praia, em Plettenberg Bay, onde temos  um cenário paradísiaco. As montanhas desmaiam nas águas quentes e assistir aquele pôr-do-sol é uma verdadeira benção. Já aqui no campo, onde vivemos a maior parte do tempo e a que chamo o meu sítio, nem preciso dizer mais nada. Sinto muita gratidão por tudo o que a vida me tem proporcionado. Além disso, é-me permitido ter a minha família comigo as vezes que forem possíveis. Os meus filhos vêm muitas vezes, além de muitos amigos. 

Sente-se uma mulher realizada e feliz?

Completamente. Sou uma otimista por natureza. Acho que todas as experiências que vive, as boas e as menos boas, só me tornaram uma pessoa melhor e mais forte. Não tenho qualquer razão para ser uma pessoa infeliz ou amarga. Tenho uma família unida e forte, tenho saúde... portanto, o segredo passa por aproveitar ao máximo cada novo dia. Assumo que  desenvolvi estratégicas para atingir a felicidade que se revelaram imprescindíveis no meu percurso de vida.  A forma como penso e a forma de agir, são essenciais para a minha felicidade. Além disso, deixei de me preocupar com os outros, com o que possam pensar ou dizer de mim. Livrei-me das relações tóxicas que existiam na minha vida. Hoje, sei bem aquilo que não quero. Por exemplo, vejo por aí pessoas a dizer tanta coisa e a não dizerem nada. Aprendi a observar as pessoas. Eu só falo do coração e não digo mal de ninguém. E acredito que tudo isto terá uma resposta. Estou convencida de que tudo o que tenho agora e tudo o que estou a viver é a resposta a tudo o que fiz no passado. Sei que estou no bom caminho!

E as saudades de Portugal? É difícil de gerir?

Claro que tenho saudades de Portugal. E neste momento são imensas por causa da pandemia que me impediu de viajar para Lisboa para visitar a família e os amigos. Eu e o meu marido, o Dale, queremos, doravante, passar metade do tempo na África do Sul e a outra metade em Portugal. Temos uma casa aí, mas está tudo atrasado por causa de todos estes impedimentos. Mas admito que saudades, saudades nunca foram muitas porque sempre fui aí e os meus sempre cá estiveram. Ferramentas essenciais para tornar a saudade mais doce. Parece algo antagónico, mas acho que se não fosse pelos meus filhos não conseguiria estar aqui. Eles incentivam-me muito e adoram que eu cá viva. 

E as saudades de Portugal? É difícil de gerir?

Claro que tenho saudades de Portugal. E neste momento são imensas por causa da pandemia que me impediu de viajar para Lisboa para visitar a família e os amigos. Eu e o meu marido, o Dale, queremos, doravante, passar metade do tempo na África do Sul e a outra metade em Portugal. Temos uma casa aí, mas está tudo atrasado por causa de todos estes impedimentos. Mas admito que saudades, saudades nunca foram muitas porque sempre fui aí e os meus sempre cá estiveram. Ferramentas essenciais para tornar a saudade mais doce. Parece algo antagónico, mas acho que se não fosse pelos meus filhos não conseguiria estar aqui. Eles incentivam-me muito e adoram que eu cá viva. 

Elsa Raposo
Elsa Raposo Foto: Paulo Miguel Martins, para a FLASH!

Como é a relação com os seus filhos?

É uma relação muito bonita, aberta, cheia de amor e muitos cuidados uns com os outros.

Já ponderou regressar, especialmente agora que se vive um período mais conturbado na África do Sul?

A província onde esses distúrbios aconteceram não tem a mesma administração política da província onde vivo. Quanto a regressar a Portugal, claro que sim. Agora, para ficar aí teria de ter de voltar à televisão. Seria sem dúvida, o regresso de uma Elsa mais segura. Mas um dia vou ficar aí para sempre. Se não for antes, será certamente quando tiver netos, pois não vou conseguir ficar longe deles. Nem pensar. 

Sente falta dos tempos em que era capa de revistas e era uma das mulheres mais conhecidas de Portugal?

Falta nenhuma. Agradeço as capas que fiz para as quais fui contratada ou por convite. Dessas capas sim, sinto alguma nostalgia. Acho que fui a modelo que mais campanhas e anúncios fez em televisão. Tive uma carreira como manequim que foi reconhecida tanto em Portugal como no estrangeiro. Acho que cativei mais interesse mediático, depois de ter três filhos em quatro anos e sem nunca abandonar o meu lado mais feminino. Como poderia não ser conhecida? Parece-me que fiz mais de 200 capas e as pessoas sempre gostaram de trabalhar comigo, pelo meu profissionalismo e pelo meu empenho. Uma boa capa é o resultado de toda uma equipe de produtores, fotógrafos, maquilhadores, assistentes de cena. A todos eles, deixo o meu abraço. Mas também não esqueço que é um meio muito difícil. Quanto às outras capas, que eram quase semana sim, semana sim, não sinto qualquer falta. Não fiz muito mais que muitas mulheres. Houve muitas pessoas que ganharam dinheiro à minha custa.

Como é a relação com os seus filhos?

É uma relação muito bonita, aberta, cheia de amor e muitos cuidados uns com os outros.

Não voltaria, portanto, a expôr-se tanto?

Nem pensar. Não quero voltar a ser carne para canhão. Gostava, isso sim, a ter um projeto sério na televisão, como foi o 'Sex Appeal'. Mas com quase 60 anos dificilmente voltaria a fazer um programa daquele género. (risos)

Continua a ser uma mulher muito bonita. O avançar da idade incomoda-a?

Não me preocupa nada. Sinto-me muito confortável com a idade que tenho. Depois de ter sofrido uma embolia pulmonar passei a ter uma visão tão diferente. Já não dou importância ao aparecimento de uma ruga. Rejeito rótulos quanto à idade, falta pouco para os 60 e depois vou querer outros 60! O envelhecimento é natural, é sinonimo de liberdade e plenitude. O 'Agora ou Nunca' é uma sensação única, é o poder de ser mais livre para ser o que sou. Celebrar manhã, todos os dias, a gratidão de ter saúde, por tudo o que a vida me dá. Mas ajuda o facto que levar uma vida regrada. Os meus cuidados de beleza são muito orgânicos com a 'RevitaHealth'. Sigo uma dieta equilibrada em casa, não consumo açúcar e não bebo álcool.

Por fim, que recordação tem da primeira capa da Flash!?

Foi como estar no meio de uma festa. Ser parte de uma primeira capa é um privilégio e é, garantidamente, um dia muito especial. A energia que rola por toda uma nova equipa com forte entusiasmo, esperança e alegria, acaba de passar também para mim. Parabéns, a todos por estes 18 anos. Obrigada... e até logo!

Não voltaria, portanto, a expôr-se tanto?

Nem pensar. Não quero voltar a ser carne para canhão. Gostava, isso sim, a ter um projeto sério na televisão, como foi o 'Sex Appeal'. Mas com quase 60 anos dificilmente voltaria a fazer um programa daquele género. (risos)

 

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