
Médico há mais de 50 anos, Manuel Pinto Coelho já viu de tudo um pouco no seu consultório. E foi muito mais com base nessa aprendizagem e nos resultados que obteve que estabeleceu as bases daquilo que acredita ser uma nova abordagem à medicina, em que as doenças não se tratam apenas com comprimidos, mas sim a olhar para o corpo de dentro para fora.
Em conversa com Duarte Siopa, na sua rubrica da CM Rádio 'Duarte Convida', o famoso médico, autor de 15 livros bestsellers sobre longevidade e saúde, falou das bases de um envelhecimento saudável. "É possível reverter o envelhecimento, se se fizer o trabalho de casa, se se for bem acompanhado", diz Manuel Pinto Coelho, acrescentando que é fundamental que cada um de nós seja uma espécie de "gestor da sua própria saúde" e conhecedor do corpo.
Na sua abordagem à medicina como um todo, admite que a nutrição tem um papel fundamental, que muitas vezes é negligenciado, e quando ainda só se apontava para os malefícios do sol, já Manuel Pinto Coelho escrevia sobre a importância de estarmos atentos aos nossos níveis de vitamina D, com um papel importantíssimo no equilíbrio do nosso organismo. "No meu livro 'Chegar Novo a Velho' disse que o sol fazia mais bem do que mal, mas tem de se saber apanhar sol. Falei da importância da Vitamina D: a pessoa tem muito menos probabilidade de ficar doente se tiver níveis otimizados de vitamina D", referiu a título de exemplo.
O profissional acredita que cada paciente é único, com as suas vicissitudes e que, por isso, é errado tratar todas as doenças da mesma forma, preferindo uma espécie de "fato à medida", adequado às características individuais de cada ser humano.
Para quem quer chegar novo a velho, Manuel Pinto Coelho admite que o essencial mudarmos a forma como encaramos a saúde, reforçar o sistema imunitário, nutrir melhor o nosso organismo, porque essa é na verdade, a única forma de conseguirmos um corpo mais são, que vai fintar doenças, resistindo-lhe melhor e ser o melhor aliado da idade. É, em suma, aquilo que chama uma medicina integrativa, uma perspetiva holística em que se junta ao que há muito vem nos livros com outra mais empírica, em que estamos mais atentos ao nosso corpo, àquilo que comemos, à forma como privilegiamos o descanso, numa perspetiva de regeneração, e que restringimos, por exemplo, alimentos como o açúcar, que devido ao seu potencial inflamatório, "pode estar por de trás de muitas doenças".
"Devem complementar-se as estratégias que existem com outras, que reforçam o sistema imunitário, começando no intestino, que tem uma importância decisiva na nossa saúde. O que faz sentido é voltarmo-nos para o sistema imunitário, tentar fortalecê-lo ao máximo", aponta como sendo uma das grandes chaves da longevidade.