Foi boicotado pelo Papa Francisco, mas regressa após a sua morte. Quem é o polémico cardeal italiano que insiste ter lugar no Conclave
Um dos cardeais com quem Francisco chocou de frente está de volta após a sua morte para reivindicar aquilo que diz serem os seus direitos, com a polémica a ensombrar o momento de luto no Vaticano.Durante o seu Papado, Francisco deixou marca pelo seu coração, bondade e abertura do mundo, mas por outro lado, declarou guerra, como nenhum outro líder da Igreja Católica, aos podres da Instituição, declarando tolerância zero para com questões de abuso sexual, mas também de enriquecimento ilícito dentro da própria Igreja.
Nesse sentido, um dos casos mais sonantes foi o do cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, a quem o Papa apontaria o dedo pelos seus delitos graves. Num acontecimento inédito dentro dos muros do Vaticano, em 2023, seria condenado por por fraude fiscal e outras irregularidades financeiras, tendo ficado provado que o cardeal tinha adquirido irregularmente uma vivenda de luxo em Londres e feito uma doação de milhares de euros a uma instituição de caridade gerida pelo próprio irmão.
Perante os delitos, o Papa Francisco não mostraria perdão para Giovanni, a quem afastaria do Vaticano. No entanto, o facto de nunca o ter expulsado formalmente do colégio de cardeais faz com que agora este tenha vindo publicamente reiterar o seu direito em participar no Conclave para eleger o novo Papa.
Giovanni Angelo Becciu diz que nunca foi notificado oficialmente sobre qualquer decisão que o expulse do colégio e apenas através de uma nota de imprensa. Apesar de Francisco ter manifestado o seu desprezo pela forma como o cardeal se aproveitou do dinheiro dos fiéis, o facto de não o ter oficializado levanta agora um vazio legal do qual Giovanni se está a aproveitar. "Juridicamente, tenho direito a votar no Conclave, não me podem impedir", disse à imprensa italiana.