
Morte de milionário português no seu luxuoso iate em Ibiza envolta em mistério
Pedro Queiroz Pereira, com fortuna avaliada em 1,129 milhões de euros, caiu num lance de escadas e morreu no seu luxuoso iate no porto de Ibiza. A polícia está a investigar. O empresário já tinha tudo preparado e as herdeiras escolhidas para o dia em que "partisse".
A morte do milionário Pedro Queiroz Pereira, o empresário atualmente presidente do conselho de administração das papeleiras Semapa e Navigator (ex-Portucel), e dono da cimenteira Secil, continua envolta em mistério. O magnata, de 69 anos, perdeu a vida no sábado, 18 de Agosto, após ter caído das escadas do seu luxuoso iate, na movimentada e glamourosa ilha de Ibiza.
Duas viaturas dos bombeiros e polícia portuária estiveram no e os serviços médicos confirmaram o óbito, apontando como o cenário mais provável ter-se tratado de acidente.
A polícia escapanhola já está a investigar o caso e aguarda-se a todo o momento o resultado da autópsia. A causa atribuída à morte de Queiroz Pereira foi ataque cardíaco.
Mas continuam por apurar os detalhes deste caso que acabou com a vida daquele que detinha o sétimo lugar entre as maiores fortunas portuguesas - segundo raking da revista Exame, de 31 de Julho deste mês. Ele a sua mãe, Maud Santos Mendonça, detinham 779 milhões de euros
A VIDA MILIONÁRIA DO DONO DO RITZ
O ranking da Forbes Portugal, divulgado na íntegra a 12 de Julho, vai mais longe na avaliação da fortuna daquele que era também o dono do Ritz, atribuindo-lhe a quinta maior fortuna do país. O património do industrial português ascendia então a 1.129 milhões de euros.
'PeQuePe', como era tratado pelos amigos e conhecido no mundo autobilistico - onde chegou a ser campeoão nacional de velocidade em 1987 e 1988 - era conhecido como um 'bon vivant', amigo do seu amigo e com uma capacidade de trabalho e empreendedorismo fora de série.
A sua família tornou-se uma das mais improtantes do Estado Novo. Foi Salazar que deu ao pai, Manuel Queiroz Pereira, a contrução do primeiro grande hotel de Lisboa, o Ritz.
Com o 25 de Abril e as nacionalizações, a família teve de rumar ao Brasil, regressando anos mais tarde para reaver património e construir fortuna.
GUERRA COM RICARDO SALGADO
Recorde-se que Queiroz Pereira entrou em guerra com Ricardo Salgado em 2013, pelo controlo da Semapa. A cisão deu-se após meses de negociações, com Queiroz Pereira a sair da ‘holding’ da família Espírito Santo sedeada no Luxemburgo, onde detinha 7% e que acusou de opacidade", escreveu então o Negócios. Pedro Queiroz Pereira saiu, assim, da "holding" da família Espírito Santo, onde se tornara incómodo; o Grupo Espírito Santo retirou-se das sociedades que controlavam a Semapa, da família Queiroz Pereira
PREPAROU A SUA "MORTE"
Por bizarro que pareça, Queiroz Pereira tinha tudo preparado para o dia em que "saísse de cena". O empresário assegurou a sua sucessão, ao escolheu gestores profissionais para a Secil, Navigator e Semapa, onde ficou apenas como "chairman", e criou um "family office" para organizar os negócios de família que um dia seriam herdados pelas suas três filhas - Mafalda, Lua e Filipa.