
O 'Correio da Manhã' revelou esta manhã de domingo que Iran Costa, de 59 anos, foi internado em estado grave na unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Apesar de já estar fora de perigo, de acordo com o agente do cantor, o artista brasileiro terá sofrido um enfarte no final do concerto no Monsantos Open Air, em Lisboa. Após o espetáculo, o cantor sentiu-se mal e, já no camarim, começou a sofrer convulsões. Foi então transportado para o hospital, onde foi submetido a um cateterismo.
Iran Costa nunca escondeu o passado de miséria em que vivia no Brasil, e que o fez procurar uma vida melhor em Portugal, para onde se mudou em 1993, aos 28 anos.
"Tive um infância muito dura. Venho de uma família muito simples. Nós éramos a família mais pobre. Tínhamos que batalhar muito", revelou. Iran começou a trabalhar com apenas 11 anos de idade. "Vendia jornal às cinco da manhã, nos semáforos para ganhar muito pouco. Às vezes dava para meia dúzia de pães", recordou há um ano, no 'Alta Definção', a Daniel Oliveira.
"Uma vez acordei chorando. Perguntei à minha mãe porque é que os meu dedos (do pé) estavam feridos... eram ratos. Era muito duro. Até chegar à fase adulta passamos por momentos muito complicados", recordou.
Anos mais tarde, e aos poucos, foi-se lançando na música. Primeiro no Brasil, antes de ser convidado para vir para Portugal. "Tive um convite. Despedi-me e vim de cara para Portugal e assinei contrato com a Vidisco. Eu, na altura, achava que estava com tudo."
No entanto, os primeiros tempos no nosso país não foram fáceis. "O primeiro ano foi muito complicado. Não funcionou e fui morar para casa de um amigo". Contudo, esta era uma casa modesta. Ao 'Correio da Manhã', anos depois, acabou por revelar onde tinha morado: "Fui numa favela na Brandoa", tendo dormido "em cima de uma toalha, pois nem sequer tinha cama". "E, na altura, dinheiro só tinha para o autocarro e para procurar emprego", contou sobre o primeiro desaire em solo português.
O músico esteve quase a desistir, até que em 1995, aos 30 anos de idade, lançou o estrondoso êxito 'O Bicho', um verdadeiro fenómeno de popularidade que marcou uma geração e lhe deu três discos de platina em apenas três meses.
"Que nem era para entrar no disco", recordou a Daniel Oliveira. "E de repente, em 30 dias, fui dos zero aos 100." E recordou: "Eu vivi o sucesso a sério. As viagens, as entrevistas, os shows...". "Eu tinha total confiança no que queria. Sabia o que tinha custado chegar ali."
A primeira coisa que fez com o sucesso foi dar uma casa à sua mãe, de quem era muito próximo e que morreu este ano. "Dei tudo para ela", garantiu.