Letizia mostra-se tímida em Portugal

À margem dos eventos oficiais, a FLASH! observou a atitude da rainha consorte de Espanha. A segunda visita de D. Letizia e Felipe VI a Portugal, já na qualidade de reis do país vizinho, começou no Porto. Letizia foi, de pronto, criticada pelos espanhóis por ter usado um vestido, com assinatura do seu estilista favorito, Felipe Varela, que estreou no casamento de Guilherme do Luxemburgo, em outubro de 2012. Apenas mais uma crítica, de entre muitas, em Espanha, a que a antiga jornalista já parece ter-se habituado. Aliás, esta não foi a única ‘toilette’ que repetiu, durante os três dias em que esteve entre o Porto, Guimarães e Lisboa.

As palavras secretas de Marcelo

Naquela manhã fria de dia 28 de novembro, na Avenida dos Aliados, após a sessão solene na Câmara Municipal, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi o principal cúmplice da rainha consorte, dando-lhe atenção, sempre que notava a rainha em apuros, por conta da sua timidez. À espera do Presidente e dos reis de Espanha, nos Aliados, estava um grupo de crianças, acenando com pequenas bandeiras espanholas. Letizia mostrou o seu lado mais maternal, acarinhando os meninos. O Presidente esteve igual a si próprio: além dos mimos para com os mais pequeninos, conversou com alguns, sorrindo sempre. Em frente, estava uma pequena multidão de populares, que ali foram ver o Presidente e os reis de Espanha. E também um grupo relativamente grande de jornalistas. Letizia, que também já foi jornalista, mostrou-se tímida quando ouviu gritar o seu nome. Desviou o olhar. Marcelo Rebelo de Sousa reparou e deu-lhe o braço, sussurrando-lhe algumas palavras ao ouvido. O sorriso da rainha abriu-se e Letizia acenou, para as fotos e para o povo.

O encontro com a ex-colega

A primeira noite da visita de Estado dos monarcas espanhóis foi de gala, no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, onde foi oferecido o jantar, em homenagem aos reis. O Presidente recebeu Felipe VI e D. Letizia junto à estátua de D. Afonso Henriques, rei fundador da nação. Um ato bastante simbólico, sobretudo em vésperas dos 376 anos da restauração da Independência, que ocorreu a 1 de dezembro de 1640, altura em que o monarca espanhol  Felipe III era também rei de Portugal e dos Algarves.

Letizia voltou a repetir uma indumentária. O vestido preto, da marca Carolina Herrera, foi o que também utilizou no seu primeiro ato como rainha consorte, no Palácio da Zarzuela, em Madrid. E se há quem a tenha criticado, em Espanha, pode ver-se, nesta atitude, também, algum simbolismo e, de certo modo, respeito e homenagem ao país anfitrião, usando um vestido que estreou num dos dias mais importantes da sua vida. Neste jantar estiveram presentes individualidades de todas as áreas da sociedade, não tendo faltado o primeiro-ministro, António Costa. A fadista Carminho cantou, especialmente, para os reis de Espanha.

À entrada do Paço dos Duques de Bragança, um rancho folclórico minhoto esperava os reis e o Presidente. Marcelo Rebelo de Sousa vinha sorridente e, mais uma vez, foi o principal apoio para a rainha. De novo, Letizia fez um esgar de timidez, perante a inúmera comunicação social ali presente. Afinal, também a rainha já esteve nesse papel, tendo sido jornalista durante vários anos. Foi também neste jantar de gala, que Letizia encontrou uma antiga colega de profissão, que também abandonou o jornalismo por amor: Sara Carbonero. Curiosamente, o beijo que ficou para a posteridade, entre Iker Casillas e a mulher, à época jornalista da Telecinco, foi testemunhado por Felipe e Letizia. Os reis tinham estado a assistir ao jogo que sagrou Espanha campeã do mundo, de futebol, na África do Sul. E, em som de fundo, ouve-se o aplauso do casal, que ainda não reinava, naquela época. Para Sara Carbonero, este foi o primeiro encontro com a rainha depois do famoso beijo!

Os afetos de Felipe VI

O segundo dia da visita de estado dos reis de Espanha começou no Porto mas seguiu para Lisboa, onde foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina, curiosamente natural do Porto.  À noite, o casal real foi recebido, em jantar oferecido pelo primeiro-ministro, António Costa, no Palácio das Necessidades.

No terceiro e último dia desta visita do casal real espanhol, 30 de novembro,  houve sessão solene na Assembleia da República e, à semelhança do pai, Juan Carlos, Felipe VI discursou no Parlamento português. Dali, o casal seguiu para a embaixada de Espanha, no Palácio Palhavã, onde os reis conviveram com os seus conterrâneos. Felipe VI fez um discurso intimista e realçou a importância afetiva que Portugal tem, para si, perante o olhar apaixonado da mulher. "Portugal está marcado na minha memória porque acolheu a minha família numa altura que não foi nada fácil. Tenho muitas recordações, também, de férias da minha infância, passadas aqui". O rei felicitou, ainda, as uniões ibéricas. "Quero dar os parabéns a todos os espanhóis e espanholas que se uniram a portugueses. Acredito que é uma boa mistura".

Do púlpito, Felipe VI e Letizia passaram a uma das principais salas da embaixada, onde foi servido presunto ibérico, um petisco tão ao gosto dos nossos vizinhos. Rei e rainha multiplicaram-se em conversas, beijinhos e fotografias com os espanhóis, residentes em Portugal, convidados para partilharem deste momento.

Apoio do Presidente na despedida

E, ao terceiro dia, o Presidente reapareceu! Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os reis na Fundação Champalimaud. Ao seu lado estava Leonor Beleza, presidente da fundação e amiga do Presidente desde os tempos de juventude. Recorde-se, aliás, que o então jovem Marcelo namorou com Tareca Beleza, irmã de Leonor.  Porém, consta que terá sido a jurista uma das grandes paixões do professor. "Tenho a tese, que o meu irmão negará evidentemente, de que sempre sentiu uma paixão platónica pela Leonor Beleza", contou António Rebelo de Sousa, ao biógrafo do Presidente, Vítor Matos.

Letizia estreou um casaco, de estilo militar, da marca Zara. E, mais uma vez, mostrou-se tímida perante a multidão de jornalistas, que queriam captar imagens das despedidas dos monarcas de Portugal. O Presidente voltou a ser o seu amparo, dando-lhe o braço e, mais uma vez, conversando com a rainha, ao ouvido. Letizia sorria, acatando as palavras de Marcelo, que tanto a acarinhou, durante estes dias. Os reis passaram por uma zona de tratamentos de doentes com cancro mas também pelos laboratórios da fundação, onde são feitos estudos avançados na área da medicina.