Princesa Charlene foi refugiada de guerra
A princesa do Mónaco fugiu da Rodésia, de onde é natural, aos 11 anos de idade. Entre outras privações pediu roupa a organizações.
Durante uma viagem de solidariedade à Índia, onde conheceu famílias carenciadas e crianças portadoras de HIV, a princesa Charlene do Mónaco falou sobre as dificuldades por que passou em criança, como refugiada de guerra. A mulher de Alberto II do Mónaco é natural da Rodésia, atual Zimbabwe, no sul de África. Em 1989, quando Charlene tinha apenas 11 anos, a sua família foi obrigada a fugir para a África do Sul, devido à guerra civil que assolava o país.
Já no novo país que a acolheu, Charlene viu-se confrontada com a segregação racial. "Eu estava separada das outras crianças. Testemunhei injustiças e desigualdades", recordou Charlene - que hoje em dia é mãe dos gémeos Gabriella e Jacques - em citações publicadas pela revista 'Paris Match'.
Apesar de ter uma vida privilegiada em relação a outros meninos da sua idade, a princesa, que tem dois irmãos mais novos, contou que nem sempre foi fácil para os seus pais, Michael e Lynette Wittstock, sustentarem a família de cinco. "O meu pai tinha dois empregos, a minha mãe dava aulas de natação e nem conseguiamos ter dois carros", contou, revelando ainda que vestia roupa em segunda mão, de primas mais velhas, e que, no inverno, a família tinha de recorrer a organizações de solidariedade para ter roupas mais quentes.
Mas, nem por isso, a família deixava de pensar nos mais carenciados. "Quando eu era criança tinha de acabar o meu prato por respeito às pessoas famintas, tão perto de nós... desperdiçar comida ou água era sacrilégio", disse Charlene.
O "passaporte" para a vida de luxo que hoje vive, enquanto princesa de uma das mais glamorosas casas reais da Europa, foi obtido com trabalho árduo: Charlene tornou-se nadadora profissional – tendo inclusivamente participado nos Jogos Olímpicos de 2000 – e viria a conhecer o príncipe Alberto no Mónaco, onde se deslocara para participar numa competição de natação.