Zarzuela de pantanas! Felipe VI constrói de um lado, Juan Carlos destrói do outro
Enquanto Felipe está apostado em dar uma imagem de integridade e transparência da monarquia, o pai acaba por lhe dificultar a tarefa e estragar o trabalho. Não há forma de pôr um travão ao rei emérito.
Foi no dia 19 de junho de 2014, portanto há 10 anos, que Felipe VI foi proclamado Rei de Espanha substituíndo o pai, o rei emérito Juan Carlos que foi obrigado a abdicar do trono por ter visto o seu nome envolvido em várias polémicas. Para além de todas as manchas que recaíram sobre a sua vida íntima, também cresceram as suspeitas de estar envolvido em vários casos de corrupção.
Desde então, o atual rei apostou forte em reabilitar a imagem da monarquia. Para salvar a coroa, Felipe tomou várias medidas, que muitos analistas denominaram "de exemplaridade". Por exemplo, começou por rejeitar a herança do pai, permitiu que a Casa Real fosse submetida ao escrutínio do Tribunal de Contas, recusou presentes e deixou de aceitar favores e reduziu a família real a seis pessoas, fazendo dela, a par da da Noruega, a mais pequena da Europa.
O atual monarca luta para que a instituição transmita integridade, modernidade e que seja regida por princípios éticos e morais. Ainda no aniversário dos 10 anos do seu reinado, disse Felipe: "A coerência e a integridade são os critérios em que se devem basear sempre os atos da Coroa."
Só que Juan Carlos - exilado desde 2020 nos Emirados Árabes Unidos pelas polémicas do passado - não está a facilitar o trabalho do filho. Continua a destruir a imagem de integridade da coroa. Agora, decidiu criar uma fundação em Abu Dhabi para facilitar as heranças das duas filhas, as infantas Elena e Cristina, conforme revela o 'El Confidencial'. Acredita-se que o objetivo principal desta fundação é aproveitar a vantajosa legislação daquele pais do Médio Oriente para que o rei emérito possa centralizar a sua fortuna fora de Espanha e deixá-la de herança às filhas e aos netos... sem pagar impostos.