Carlos Cruz: "Não tenho saudades da televisão"
Depois de ter saído em liberdade, no dia 7 de julho, após cumprir pena por crimes de pedofilia no âmbito do processo 'Casa Pia', o apresentador Carlos Cruz regressou à RTP, a "casa" onde se tornou conhecido, mas garante não ter saudades da televisão.
Foi na companhia da filha, Marta, que Carlos Cruz, um dos rostos emblemáticos da história da RTP, entrou no Coliseu dos Recreios, no domingo, dia 5 de março, para assistir à final do Festival da Canção e celebrar os 60 anos da estação pública, onde Cruz apresentou alguns dos programas mais populares.
Este acabou por ser o regresso de Cruz, após sair em liberdade, a 7 de julho de 2016, condenado a 6 anos de prisão por crimes de pedofilia no âmbito do processo 'Casa Pia'.
Depois das notícias do "regresso à apresentação" de Carlos Cruz, o apresentador vem dizer que não tem saudades da televisão.
Ainda assim, o regresso de Carlos Cruz à "apresentação" deu-se na festa de homenagem a Ruy de Carvalho, pelos 90 anos de idade do ator e 75 de carreira. Uma enorme satisfação para Cruz. "Fui convidado pela família para apresentar uma parte e isso deu-me muita satisfação. Deu substância e conteúdo àquilo que dura há 40 ou 50 anos, que é a amizade entre mim e o Ruy de Carvalho". Sem convites para televisão, o apresentador – que já foi apelidado de 'Sr. Quinto Canal' – diz que o futuro poderá passar pela rádio, a sua grande paixão. "A rádio é a minha grande paixão, muito mais do que a televisão. Não tenho saudades da televisão", garante Carlos Cruz, de 73 anos de idade.
Sobre os 60 anos da RTP, a "casa-mãe" do apresentador, Cruz mostra-se orgulhoso por estar de volta, mesmo que seja só por uma noite. "É uma espécie de revisitar a família. Uma família que hoje é diferente, é maior. É sempre bom saber que estamos de volta a casa, pelo menos durante uma noite", confidencia.
Apesar de se sentir em casa, nota muitas imperfeições, o que, para o apresentador, é o que faz a essência do canal: "Ou é o dente que tem uma cárie, ou é o cabelo que está a cair, ou é uma rótula que não está bem. Acho que uma das perfeições do ser humano é ser imperfeito, porque fica sempre um limite a alcançar, que é o limite da perfeição, e resolver os seus problemas. A televisão é também isso. Tem as suas cáries, tem as suas articulações, às vezes vai ao médico, às vezes não. Umas vezes cura-se, outras vezes não".