Com o pai à beira da morte num hospital público, Malato critica Fundação Champalimaud
O apresentador não concorda com as condições em que o pai estava a ser tratado e prefere que António Malato, que está em estado terminal, fique num hospital do Estado. Em causa estão convicções religiosas.
Desde o verão do ano passado que António Malato, 74 anos, foi diagnosticado e se debate contra um cancro. Teve melhoras, após o primeiro ciclo de tratamento, mas a doença está a vencer o pai de José Carlos Malato, que se encontra em estado terminal. "Já falei com os médicos e as coisas estão muito mal", contou o apresentador, à 'TV Guia', sem conseguir prestar mais declarações.
António Malato esteve internado na Fundação Champalimaud mas acabou por ir para casa, onde recebia os cuidados de uma enfermeira daquela instituição, diariamente. Só que o pai do apresentador já se recusava a comer, beber ou tomar a medicação. "Só pede que lhe dêem uma injeção atrás da orelha, seja lá o que isso for", partilhou Malato no Instagram.
CHAMA "BEATOS (IM)PIEDOSOS" AOS REPRESENTANTES DA FUNDAÇÃO
É outra vez através das redes sociais que o apresentador da RTP, que tem estado sempre a acompanhar o pai, vem dar conta da sua insatisfação para com a Fundação Champalimaud. "O meu pai libertou-se, finalmente, do jugo pseudo misericordioso dos beatos (im)piedosos da Champalimaud de Calcutá. Está a acabar os seus dias num hospital civil".
José Carlos Malato critica os fundamentos religiosos pelos quais, alegadamente, a fundação, dirigida por Leonor Beleza, se rege. "É um homem. Sem pretensões a mártir. A medicina não pode ser escrava de nenhuma fé".
António Malato foi transferido no sábado para um hospital público. Dias antes, Malato já dava conta da sua insatisfação perante uma suposta mistura da ciência com a religião. "É minha convicção que o ato médico é fortemente contaminado por crenças religiosas. Pessoais ou das entidades empregadoras".
FAVORÁVEL À EUTANASIA
José Carlos Malato garante que não foi informado destes alegados procedimentos ligados à religião quando escolheu a Fundação Chamaplimaud para tratar o pai. "Devia ser obrigatório declararem, à priori, a sua ideologia para que os utentes saibam com o que contam".
Os pais do apresentador, António e Margarida, são Testemunhas de Jeová, culto a que Malato também já pertenceu. Neste momento, Malato não segue uma religião e é favorável à eutanásia, que ainda não está legalizada no nosso país. "Que sofrimento inútil e dispensável! Espero que, quando chegar a minha vez, tenha discernimento, força, coragem e a lei do meu lado para decidir, eu próprio, ir ao encontro dela", desabafou.