Refugiado na fé, selecionador Fernando Santos continua a acreditar na presença do pai
No mundo do futebol, o treinador é considerado um "homem especial", de "convicções e de fé", e muitas vezes comparado a Marcelo Rebelo de Sousa, apelidado de "selecionador do afetos".
No mundo do futebol, o selecionador Nacional, Fernando Santos, de 66 anos de idade, é considerado um "homem especial", de "convicções e de fé" que trouxe para a função e para a relação com os jogadores valores que advoga como pessoa. É muitas vezes comparado ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e apelidado de "selecionador do afetos".
Encontrou a fé quando foi convidado por uns amigos para participar num retiro. Aí percebeu que "Cristo está vivo em cada um de nós", recordou em entrevista a Cristina Ferreira, cerca de um ano depois de ter conquistado o campeonato Europeu. "Um dia fiz um retiro e encontrei Cristo vivo, que é uma coisa fantástica", recordou.
"A religião é um caminho, é um caminho que aponta a algum lado, acreditamos que Cristo se fez homem e ressuscitou", afirmou ainda. Crente na ressureição, o terinador português acredita que o pai "anda aí" e que um dia se irá reencontrar com ele. Fernando Santos partilhou algumas histórias da juventude e recordou a vez que teve de convencer o pai, benfiquista ferrenho, que ia jogar no clube da Luz.
"Era bom aluno, o meu pai não me deixava não ser. O meu pai nunca permitiu que me desviasse do caminho", revelou. "Até no dia em que disse que ia jogar no Benfica. Ia muito contente para casa e disse ao meu pai que ia jogar para o Benfica e que ele respondeu 'não vai não'. Eu pensava que ele não estava a perceber que era o Benfica, ele só me dizia que não, esquece... e ao fim de duas horas disse-me que podia ir mas não podia chumbar", recorda.
Em abril de 2020, Fernando Santos volta a sofrer um rude golpe: a morte da mãe, Maria de Lurdes Fernandes Santos, aos 83 anos, após doença prolongada.