Depois de ter servido várias edições de 'Pesadelo na Cozinha' na SIC, o chef bósnio Ljubomir Stanisic revela uma outra faceta naquilo que poderia ser chamado de 'Paraíso na Cozinha'. Isto numa altura em que terminou o contrato milionário com a estação de Balsemão.
Longe dos ecrãs de televisão, Ljubo visita restaurantes e tascas do País onde se sente verdadeiramente feliz à mesa. "Sem me****", como ele diria. Distante da imagem de 'Bad Boy' que construiu para os diferentes programas de televisão – 'Pesadelo na Cozinha', na TVI, ou 'Hell's Ktchen', na SIC – e que o tornaram conhecido e famoso entre os portugueses, Ljubomir concentra-se agora nos prazeres das boas cozinhas, enraizadas na gastronomia tradicional portuguesa, de simplicidade e sabores únicos, tão diferentes dos restaurantes da moda e dos estrelados Michelin – galardão que perdeu no início do ano, mas já lá vamos.
Através das redes sociais, o chef, que já adotou Portugal como seu, faz a ode às tascas e tasquinhas do País. "Há tascas e tascas em Portugal. Há muitas tascas, mas há tascas filhas da mãe como esta", introduz Ljubomir para apresentar a Casa Ideal, na Trafaria, na Margem Sul do rio Tejo.
E continua: "É só pasar a ponte, comer um 'ganda' arroz de tomate, filetes, o melhor choco frito que já comi, ameijoas filhas da mãe. É um cheirinho isto... está-me a matar esta porra." O vernáculo – sua imagem de marca – não desaparece mas aqui é usado para enaltecer e não para criticar como habituou os espectadores ao longo dos diferentes formatos televisivos. Ljubomir Stanisic faz um périplo pelo que melhor se faz e serve pelas mesas de Portugal, em roteiros que, na maioria das vezes, fogem aos 'obrigatórios' para turista.
Esta é uma imagem mais descontraída do chef nascido na antiga Jugoslávia. “Não foi uma decisão de ninguém. Simplesmente o meu contrato tinha um início e um fim e também decidi estar um bocadinho relaxado, parar e não estar à procura de rigorosamente nada”, justificou a propósito do fim da ligação à SIC. E talvez seja esse o segredo: usufruir apenas das coisas simples, sem a pressão constante da superação.
Quando perdeu a estrela Michelin no 100 Maneiras, Ljubomir acabou por desvalorizar a importância do galardão, ressalvando outros fatores. "O nosso objetivo não são os prémios, sendo somente um reconhecimento do trabalho feito diariamente. E este ano, como nos outros anos, foi feito muito trabalho e muito investimento de todos os que integram o projeto 100 Maneiras. Foi – e está a ser – um ano particularmente difícil para a restauração em Portugal. Por isso, foi uma surpresa e uma notícia menos boa no meio de outras bem piores, como o fecho de muitos restaurantes", disse, depois de receber a notícia.
