
Terminado o ano e feitos os balanços nas áreas da programação e da informação, olhemos para o futuro imediato. O setor da televisão enfrenta um desafio enorme com a guerra na Ucrânia. Por um lado, ao nível das despesas. Se um dos concorrentes privados, no caso a TVI, continuar a investir sem freio nem critério, isso obrigará os concorrentes diretos a fazerem o mesmo, desequilibrando orçamentos, como aconteceu no ano passado. Mas o desafio da guerra traz também o fantasma da recessão: a crise na publicidade é um risco que, a acontecer, encolherá o mercado, e consequentemente fará baixar a qualidade da televisão. Além da guerra e da crise económica, 2023 será marcado, ainda, pelo desafio do serviço público. É previsível que aumente a pressão política para que a RTP encontre um caminho, sob pena de continuar a cavar a sua própria irrelevância, até ao nível das audiências. Sem eventos globais de relevo no ano que agora começa, o canal 1 terá dificuldade em manter '
PROGRAMAÇÃO - 'EX-PERIÊNCIAS'
Arranca com a previsível fragilidade o novo formato de domingo à noite da TVI. Frio, frio, muito longe do ambiente desejável para um horário tipicamente familiar. Difícil quadratura do círculo da TVI: o 'Big Brother' é imbatível, mas repetir vezes sem conta tem sérios danos reputacionais para a estação. Tirá-lo, é diminuir a capacidade de concorrência do canal. Como resolver este problema?
INFORMAÇÃO - O EFEITO MANADA
Já aqui defini, em tempos, o problema central da edição informativa no Portugal contemporâneo, que se pode designar em português vulgar de "efeito-manada". Seja por falta de critério, por falta de coragem, por outro condicionante qualquer, há notícias ou eventos que parecem apagar a inteligência crítica dos decisores jornalísticos. Vai daí, sucedem-se em vários canais de informação horas infinitas com o mesmo direto clonado em várias antenas em simultâneo, o mesmo assunto, os mesmos focos, as mesmas palavras, como na tomada de posse de Lula da Silva. Resultado? Cuidado! O público acabará por se afastar. Fica o apelo à reflexão entre pares.
SOBE - MARIA BOTELHO MONIZ
A TVI aposta nela para um programa de horário nobre. Isso é uma promoção. Porém, caso falhe, como é mais ou menos previsível que aconteça, e mesmo que não seja por culpa dela, será negativo para o seu futuro. Para já, está em alta, pela oportunidade.
SOBE - MARCO PAULO
A nova série exibida pela SIC no ano novo faz justiça a um fenómeno de popularidade, amado pelo público português. Está a fazer muito bem o ocaso da carreira, com o justo apoio desta gestão da SIC.
SOBE - CRISTINA FERREIRA
Fez muito bem o papel da âncora do 'Big Brother'. Passa a ter uma segunda valência de qualidade, depois de se afirmar como a melhor apresentadora das manhãs. O ano de 2022 fica marcado pelo sucesso, devido a esta opção. Escolher uma das duas vias para o futuro é agora o passo decisivo na sua carreira: ou apresenta as manhãs, ou 'reality shows'.