
A chuva que caiu com intensidade durante algumas horas, quarta-feira à noite, foi um daqueles eventos que congrega em redor da televisão o melhor que a televisão tem para oferecer: informação útil, que ajuda os espectadores na sua vida regular. Serviço público em estado puro. E os espectadores retribuem com o usufruto desse bem público chamado informação. A generalidade dos canais de notícias que acompanharam os trabalhos e a resposta ao alerta registou audiências elevadas no horário nobre, período em que decorreu o problema. Em Portugal, há uma tendência para o auditório da informação crescer continuamente. A junção das audiências dos quatro canais de informação chega regularmente bem acima dos 10%. O contributo para a coesão nacional, para a informação útil da população em situações de crise intensa, e para a perceção imediata da gravidade do que acontece – eis três fatores que vão seguramente aumentar esse universo potencial. Na quarta-feira passada, houve uma outra dimensão das emissões que deve ser assinalada. O Presidente da República e o autarca de Lisboa saíram à rua para acompanhar os trabalhos. Do ponto de vista político, Moedas confessou, depois, que estava em casa e que Marcelo o foi lá buscar. Para todos os efeitos, o Chefe do Estado livrou o presidente da Câmara de Lisboa de um enorme problema, ao pô-lo na rua, e ao levá-lo ao contacto direto com os trabalhos da proteção civil. A argúcia política de Marcelo continua em alta.
Em Portugal, há uma tendência para o auditório da informação crescer continuamente. A junção das audiências dos quatro canais de informação chega regularmente bem acima dos 10%. O contributo para a coesão nacional, para a informação útil da população em situações de crise intensa, e para a perceção imediata da gravidade do que acontece – eis três fatores que vão seguramente aumentar esse universo potencial.
INFORMAÇÃO - MELHOR E PIOR
Para encerramento de conversa sobre o Mundial de futebol, notas rápidas sobre os canais generalistas. Melhor comentador das transmissões: Paulo Futre. Espalhou emoção nos diretos, e isso continua a fazer diferença. Melhor cobertura em termos de reportagem: Nuno Luz e Nuno Pereira, no Qatar. Melhor diário do Mundial: o de Paulo Garcia e Filipa Pereira, sóbrio, intenso, de qualidade. Pior momento das televisões portuguesas: a forma como tentaram silenciar o óbvio no caso das injúrias de Ronaldo ao selecionador Fernando Santos, obrigando este a desmentir as versões iniciais.
PROGRAMAÇÃO - ESTREIA EM DIA DIFÍCIL
A TVI estreou o novo formato de entretenimento ligeiro, de apanhados, chamado 'Toda a Gente Me Diz Isso', no dia do jogo de Portugal contra Marrocos. Parece o pior dia possível para chamar a atenção para uma estreia, mas o programa liderou na primeira linha do horário nobre, logo a seguir ao 'Jornal das 8'. Veremos nas próximas semanas se esta estreia num dia tão complicado foi boa ideia, e mantém o programa lá no alto, ou se foi meio caminho andado para destruir um bom produto.
SOBE - FERNANDO SANTOS
Agora que há algum desgaste na relação emocional dos portugueses com o selecionador, é justo dizer que a equipa de todos nós continua a ser o maior agregador de multidões que há no País. Os resultados dos jogos no Mundial foram excecionais nos três canais generalistas.
SOBE - BERNARDO FERRÃO
No dia das grandes cheias em Lisboa, a SIC Notícias conseguiu ultrapassar o canal CNN e garantir o segundo lugar entre os canais de informação nacional. Muitas vezes basta reportagem de rua para recuperar a confiança dos portugueses.
SOBE - ANTÓNIO JOSÉ TEIXEIRA
O comportamento da RTP1 nem sempre garante performances positivas. Mas os jornais estão a crescer. Sábado passado, o canal 1 teve pouco mais de 9% de share diários, mas esse resultado ridículo não impediu ambos os noticiários do dia de ganharem aos da TVI.