
Vamos ao prometido balanço de 2022. O grande vencedor do ano na área da informação entre os canais generalistas é Ricardo Costa. Os dois jornais da SIC lideram com grande vantagem, são os preferidos dos portugueses, e conseguiram responder a todos os desafios de 2022 com qualidade. Da guerra à maioria absoluta do PS, do Mundial de futebol à crise da saúde ou aos fogos do verão, a concorrência não encontrou antídoto nem para o 'Primeiro Jornal', nem para o 'Jornal da Noite'. Entre os variados momentos de afirmação da SIC, o mais difícil terá sido o da guerra na Ucrânia, sobretudo devido ao desafio consistente colocado, neste âmbito, pela TVI. O duelo, neste particular, gerou a figura do ano na informação televisiva: José Milhazes destacou-se como comentador semanal do conflito, alcançando uma posição de enorme impacto público. A guerra da Ucrânia fez dele uma verdadeira estrela-pop. O enorme triunfo anual da SIC na área da informação teve duas causas principais: do lado da RTP, a perda de prestígio da empresa contaminou a informação, que também não se soube defender da imagem de alinhamento total com o Governo, arma de arremesso contra a televisão do Estado para a qual esta nunca conseguiu arranjar antídoto. Os jornais do canal 1 fraquejam todo os dias. Do lado da TVI, a derrota tem múltiplas razões, mas a principal será a inconstância estratégica da empresa, sempre a balançar entre uma informação popular e uma informação que visa as elites, sem optar definitivamente por nenhuma das duas vias (isso foi sintomático nos ziguezagues do jornal da hora de almoço). Na parte final do ano, espartilhar o 'Jornal das 8' por múltiplas rubricas condenou ainda mais o noticiário ao fracasso, porque no momento em que podia beneficiar do efeito de enchimento rumo às novelas da casa (que lideram o horário nobre), é apanhado na armadilha dos conteúdos segmentados. Ou seja, no horário em que devia ser mais generalista, e aproveitar o "túnel de vento" das novelas, o 'Jornal das 8' fecha-se sobre si em lógicas temáticas, e assim está condenado a perder. Se nada mudar, o panorama será igual, ou ainda mais desequilibrado a favor da SIC no ano que vem.
Entre os variados momentos de afirmação da SIC, o mais difícil terá sido o da guerra na Ucrânia, sobretudo devido ao desafio consistente colocado, neste âmbito, pela TVI. O duelo, neste particular, gerou a figura do ano na informação televisiva: José Milhazes destacou-se como comentador semanal do conflito, alcançando uma posição de enorme impacto público. A guerra da Ucrânia fez dele uma verdadeira estrela-pop.
O enorme triunfo anual da SIC na área da informação teve duas causas principais: do lado da RTP, a perda de prestígio da empresa contaminou a informação, que também não se soube defender da imagem de alinhamento total com o Governo, arma de arremesso contra a televisão do Estado para a qual esta nunca conseguiu arranjar antídoto. Os jornais do canal 1 fraquejam todo os dias.
Do lado da TVI, a derrota tem múltiplas razões, mas a principal será a inconstância estratégica da empresa, sempre a balançar entre uma informação popular e uma informação que visa as elites, sem optar definitivamente por nenhuma das duas vias (isso foi sintomático nos ziguezagues do jornal da hora de almoço). Na parte final do ano, espartilhar o 'Jornal das 8' por múltiplas rubricas condenou ainda mais o noticiário ao fracasso, porque no momento em que podia beneficiar do efeito de enchimento rumo às novelas da casa (que lideram o horário nobre), é apanhado na armadilha dos conteúdos segmentados. Ou seja, no horário em que devia ser mais generalista, e aproveitar o "túnel de vento" das novelas, o 'Jornal das 8' fecha-se sobre si em lógicas temáticas, e assim está condenado a perder.
PROGRAMAÇÃO - 'SOZINHO EM CASA'
Há uma receita de sucesso da SIC no Natal. Filmes de família, que antigamente ocupavam todos os fins de semana do canal. Atualmente, as exigências económicas e de concorrência alteraram profundamente o cariz do canal nos dias de descanso, agora ocupados por entretenimento ligeiro como o 'Domingão'. Mas, chegadas as festas de família, eis que uma mistura bem doseada de 'Sozinho em Casa', desenhos animados e outras histórias volta a não dar hipóteses à concorrência, mesmo em dia de 'Big Brother'. Veremos se o ano novo volta a confirmar o padrão.
INFORMAÇÃO - OUTRAS DISTINÇÕES
Há outros protagonistas e momentos que não têm lugar no principal balanço do ano da informação, mas que merecem referência. Todos os enviados especiais à Ucrânia, de todos os canais, elevaram a fasquia. Algumas reportagens especiais da SIC, mesmo as adquiridas no estrangeiro, que dão um brilho mais plural à estação. A entrevista de Maria João Avillez ao Papa, que passou na TVI, ocasião rara nos media portugueses. O trabalho de Nuno Luz e Nuno Pereira no Qatar. Notas relevantes de um ano muito forte de informação nas televisões generalistas portuguesas.
SOBE - SARA PINTO
No meio das fragilidades da informação da TVI, o rosto novo do horário nobre está a alargar o seu espaço. Quando apresenta sozinha o jornal ganha outro fôlego, e outro ritmo.
SOBE - NUNO ROGEIRO
É o outro elemento de uma dupla de sucesso, na análise da guerra nos jornais da SIC. Com anos de comentário televisivo, centralizar a sua intervenção no conflito da Ucrânia está a combater a imagem de especialista em tudo. Se continuar assim, crescerá ainda mais. SOBE - JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS
SOBE - JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS
Apesar das fragilidades do canal, o 'Telejornal' consegue dar luta, e bater mesmo, muitas vezes, o concorrente da TVI. O apresentador leva tantos anos a dar notícias aos portugueses que já se transformou na pele do 'Telejornal'.