
Aproveitemos a penúltima crónica do ano para fazer o balanço da indústria televisiva e da área do entretenimento e ficção. Para a semana veremos o melhor e o pior no setor da informação. Em 2022, o acontecimento do ano é, sem dúvida, a crise da RTP. A televisão do Estado ronda a casa dos 10% de share, ou seja, o serviço público está sem público. A empresa voltou a dar prejuízos este ano. Pior: não dá sinais de ter um plano, uma ideia, um caminho para voltar a ser útil aos portugueses. Sem sombra de dúvidas, trata-se do facto mais relevante de 2022, com impacto duradouro no futuro, e que tende a agravar-se nos próximos anos. Quanto à figura televisiva do ano, Daniel Oliveira, o diretor da SIC, ganhou o direito a obter tal reconhecimento. Apresentador de mérito, é como programador que, hoje em dia, mais sobressai. Conseguiu liderar ao longo de todo o ano, levando a SIC a uma era dourada que rivaliza com os tempos de Emídio Rangel. Inovação, audiências e lucros são as três grandes características que definem o seu consulado, frente a uma TVI que entretanto se reorganizou, e que tem muito mais dinheiro para investir, mas que sofreu em novembro um rude golpe ao perder o mês quando isso parecia impossível. Vai ser difícil à TVI recuperar o ânimo e voltar a colocar em perigo a liderança da SIC nos tempos mais próximos. Quanto ao programa do ano, sem dúvida que o título vai para o 'Big Brother'. Além de dar o domínio incontestado à TVI nos domingos à noite, na lista dos mais vistos de 2022 o 'BB' é o primeiro a seguir ao futebol: surge em 30.º lugar. Tem 29 jogos à sua frente. Os portugueses voltaram a apaixonar-se pelo 'Big Brother'. A TVI não soube aproveitar porque exagerou na dose, mas, sem dúvida, é o formato do ano.
Quanto à figura televisiva do ano, Daniel Oliveira, o diretor da SIC, ganhou o direito a obter tal reconhecimento. Apresentador de mérito, é como programador que, hoje em dia, mais sobressai. Conseguiu liderar ao longo de todo o ano, levando a SIC a uma era dourada que rivaliza com os tempos de Emídio Rangel. Inovação, audiências e lucros são as três grandes características que definem o seu consulado, frente a uma TVI que entretanto se reorganizou, e que tem muito mais dinheiro para investir, mas que sofreu em novembro um rude golpe ao perder o mês quando isso parecia impossível. Vai ser difícil à TVI recuperar o ânimo e voltar a colocar em perigo a liderança da SIC nos tempos mais próximos.
INFORMAÇÃO - TAP NA SIC
O 'Jornal da Noite' fez uma espécie de "um dia na vida" de Christine Ourmières-Widener, a líder da TAP. Um trabalho de reportagem com algum potencial, visto que teve acesso ao espaço mais íntimo de trabalho da gestora. Porém, a oportunidade, e sobretudo o estilo mais informal, numa altura em que a liderança da TAP está debaixo de fogo, são controversas, dando origem a leituras muito pouco jornalísticas sobre o trabalho de Miguel Domingues.
PROGRAMAÇÃO - MONOCULTURA
Ao fim de incontáveis edições sucessivas do 'Big Brother', a TVI abandona finalmente a monocultura do reality show e decide arriscar num formato novo ao domingo à noite, baseado nas relações entre casais. Veremos o que dá, mas é de elogiar a diversificação na grelha. Do lado da SIC, o regresso de João Manzarra e do formato do palco inclinado dá maiores esperanças de recuperar o horário, visto que sem 'Big Brother' o jogo volta a estar em aberto.
SOBE - JOSÉ FRAGOSO
A operação do Mundial não chegou para liderar, mas deu outro estofo à RTP1. Veremos agora como se aguenta na ressaca do futebol e sem eventos especiais no horizonte.
DESCE - ALEXANDRE SANTOS
Repetir as 'Noites do Mundial', da RTP3, no canal 1, é absurdo, desvalorizou a televisão do Estado e prejudicou as audiências do Mundial. Não haveria outros horários onde poupar?
DESCE - FÁTIMA LOPES
Nova tentativa para retomar o 'All You Need is Love', novo fracasso. No regresso à SIC, tem registado dificuldades nas tardes de fim de semana, mas que já estão a ser resolvidas. No horário nobre, ainda não.