
A RTP acertou em cheio no novo júri do 'The Voice'. O movimento parece simples: saem dois, entram outros dois. Mas dessa decisão simples resultou um enorme acréscimo de qualidade, senão musical, pelo menos ao nível do entretenimento proporcionado pelo programa. Vamos ao detalhe: saíram Mickael Carreira e Anselmo Ralph. Eram os elementos com menor capacidade de comunicação, quer pela dificuldade de explicitação dos valores musicais, digamos assim, quer pela falta de empatia com concorrentes, público e restantes elementos.
Quando o programa chegava a eles, como que travava, abrandava, proporcionava ao espectador momentos para ir aos outros canais, ver o que estava a dar. Agora, a Marisa Liz e a Aurea juntaram-se António Zambujo e Diogo Piçarra. Ambos acrescentam espontaneidade ao espetáculo, sobretudo Zambujo, um músico que fala, avalia e se relaciona com toda a gente, fazendo uso da mesma sonoridade pura com que canta. Já Diogo Piçarra acrescenta outra dimensão.
Piçarra encanta, relaciona-se com os concorrentes, provoca e puxa pelos restantes elementos do júri, em suma, demonstra uma energia comunicativa que contagia todo o show e faz The Voice subir a um novo patamar. Está a nascer mais uma estrela, ao domingo à noite. O jurado Diogo Piçarra, a continuar com esta sinceridade de comportamento (ele está no estúdio como numa sala de estar), tem uma carreira televisiva à sua espera.
Sexta Às 9
A entrevista foi rasgadinha. O sorriso de Sandra Felgueiras não obstou a que fossem feitas as perguntas mais duras, nem evitou que a jornalista dissesse ao secretário de Estado, uma ou outra vez, que ele estava a mentir. O caso do lítio reforçou o peso interno do programa, que assim ganha uma nova vida nesta RTP.
O finca-pé
"Haja o que houver", Felipa Garnel diz que vai manter o concurso das 7 na antena da TVI. Eis algo que um programador deve evitar dizer. Garnel fica presa, não só a uma opção, mas também ao discurso sobre essa opção. Ver P’ra Crer não é solução, e prova-o todos os dias. Com esta frase, chegará o dia em que, ou acaba o concurso, ou deixa de haver diretora.
Tudo bem feito, menos o ritmo
Analisemos os dois primeiros episódios de Luz Vermelha. A série da RTP1 dá a Joaquim Monchique o papel da sua vida: que grande ator em potência ali está, se encontrar papéis adequados. O elenco é bom, a história, sólida, e apela à memória coletiva do caso das Mães de Bragança, que se revoltaram contra a invasão de mulheres estrangeiras que lhes levavam os maridos. Problema: que falta de ritmo, na montagem, de narração... no primeiro episódio, nada acontece! Assim não vai lá.
Vilhena contra a TVI
Trata-se de um autor que, no passado, teve sucesso nas novelas. Depois de regressar do Brasil, lançou mãos à obra, e estreou Na Corda Bamba, que é um verdadeiro desastre. Na segunda-feira, fez metade da audiência da sua concorrente direta na SIC. Agora, Vilhena responsabiliza a estratégia da TVI pela derrota da sua novela. Só falta culpar, a seguir, o público, "tão ingrato..."