
A apresentação do relatório sobre os abusos sexuais por elementos da Igreja católica teve a necessária solenidade para acentuar a relevância das denúncias. Horas de diretos televisivos com dados, estatísticas e relatos de horror constituíram uma sessão de autêntico striptease moral da instituição. O trabalho jornalístico feito em redor destes crimes viu-se reforçado pelo esforço dos peritos convocados pela hierarquia da Igreja. Ficou à mostra um mundo nojento e vil que deixou um rasto infernal de sofrimento em inúmeras vítimas, muitas delas que estiveram décadas sem qualquer voz. Trata-se da fase mais difícil na História moderna da Igreja católica em Portugal, e os efeitos de choque vão demorar a manifestar-se na totalidade. A cicatriz aberta pela revelação de tantos casos de abusos, violações e crimes sexuais vai demorar muito tempo a sarar. A visita, em agosto, do Papa Francisco será o momento ideal para sentir a temperatura da revolta dos portugueses contra a estrutura eclesiástica. Será uma visita de alto risco moral, não para o Sumo Pontífice, que esteve na origem do esforço para encontrar a verdade, mas para quem, da Igreja nacional, o acompanhar. Impõe-se um gesto de reconhecimento e carinho pelas vítimas, simbólico e marcante, antes da chegada do Papa a Portugal. Menos que isso irá acentuar o abismo emocional entre os portugueses e a Igreja.
O trabalho jornalístico feito em redor destes crimes viu-se reforçado pelo esforço dos peritos convocados pela hierarquia da Igreja. Ficou à mostra um mundo nojento e vil que deixou um rasto infernal de sofrimento em inúmeras vítimas, muitas delas que estiveram décadas sem qualquer voz. Trata-se da fase mais difícil na História moderna da Igreja católica em Portugal, e os efeitos de choque vão demorar a manifestar-se na totalidade. A cicatriz aberta pela revelação de tantos casos de abusos, violações e crimes sexuais vai demorar muito tempo a sarar.
PROGRAMAÇÃO - 'A EX-PERIÊNCIA'
Terminou sem honra nem glória, e já não deve regressar. 'A Ex-periência' faz lembrar outros tempos em que a SIC fazia "experiências" com reality shows sem qualquer sentido, todos destinados ao esquecimento. A diferença é que a SIC fê-lo, nessa altura, por necessidade, visto que não tem o 'Big Brother'. A TVI tem, e o formato até está numa ótima fase. Adiar o seu regresso é oferecer a liderança de bandeja à concorrência.
INFORMAÇÃO - GRANDE CARNAVAL
Depois da paragem forçada pela pandemia, os corsos voltaram a todo o País. A festa não tem o impacto do Brasil, mas é transversal a todas as idades e à generalidade das classes sociais. Este ano, animou tanto os canais de informação do cabo como os programas de 'daytime' das generalistas. Música, cor e animação – qualquer festa com estes ingredientes estaria sempre condenada ao sucesso televisivo.
SOBE - FAREED ZAKARIA
A enorme concorrência no cabo cria a oportunidade para a presença de ótimos produtos de informação internacional que servem muito bem o espectador, como este GPS, agora estável, e bem, nas tardes de domingo do canal CNN.
SOBE - CÁTIA NOBRE/JOSÉ C. ARAÚJO
O jornal da hora de almoço da TVI dá sinais de maior competitividade, fruto de um jornalismo mais combativo. Três dias seguidos de liderança, na semana passada, devem fazer soar os sinais de alarme na SIC.
DESCE - SIC NOTÍCIAS
Quebras acima de 20% são prenúncio de doença fatal para a primeira grande estação informativa em Portugal (à parte o frágil CNL, que aliás deu origem à SIC Notícias). Terá de se reinventar, ou acabará num longo e penoso fade-out.