
Tirando cenários de guerra ou de grandes catástrofes naturais, raramente um protagonista internacional alcança um tratamento noticioso tão intenso e quase monopolista como o que tem sido dado a Donald Trump entre nós. Para todos os que imaginavam que o regresso de Trump à Casa Branca iria provocar uma catadupa de decisões polémicas e declarações controversas, a expetativa não foi gorada.
Desde 20 de janeiro, data da tomada de posse para o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos, não terá passado um dia que seja sem que tenha havido, seguramente em todos os canais de notícias, um painel de analistas, um comentário ou um debate sobre algo relacionado com o que Trump disse, fez ou pensou.
As ações, naturalmente, justificam-no, desde o aumento das deportações ao plano para deslocar os palestinianos de Gaza, dos projetos imobiliários do Médio Oriente à tentativa de dominar a Gronelândia e assim abrir um conflito com o parceiro dinamarquês, é toda a ordem geopolítica global que tem sido colocada à prova pelo político mais controverso do século XXI.
Trump tem público e faz audiência: discutimos acaloradamente as opiniões sobre o líder americano, eventualmente com maior intensidade que a própria política interna. Sinal dos tempos, sinal da polémica que o envolve, e sinal, também, do interesse da vida política interna, ou da falta dele.
A Subir
Marques Mendes
Saiu do comentário mas continua a ser requisitado pelas televisões, incluindo a TVI, para onde anunciou uma entrevista segunda-feira. O interesse dos canais mostra que o potencial de comunicar (bem) com o público e fazer audiência continua lá.
A Descer
Gouveia e Melo
A presença de Marques Mendes nos media vai aumentar a pressão sobre o outro candidato principal a Belém. O silêncio irá afastá-lo progressivamente das notícias. O atraso na entrada em jogo pode revelar-se um erro fatal numa estratégia elaborada ao pormenor.
A Descer
José Eduardo Moniz
O primeiro semestre do canal V+. como vimos no texto aqui em baixo, está longe de ser positivo. É preciso dar tempo à empresa para trabalhar e melhorar. Mas, até agora, o balanço só pode justificar uma avaliação negativa do diretor-geral da TVI, responsável por todos os conteúdos do canal.
Programação
Menos público, maior custo
A TVI fechou o canal de ficção e abriu o V+ com o objetivo de alargar o auditório, procurando novos públicos. Passados seis meses, o balanço deve ser feito pela empresa, muito profissional nesse tipo de análises. É preciso aguardar, e dar tempo aos profissionais da companhia para afinarem o produto. Para já, numa mera lógica de mercado, o novo canal perdeu sensivelmente metade da audiência em relação ao anterior, e talvez não seja mais barato. Aguardemos pelo primeiro aniversário para voltarmos ao assunto.
Informação
Desafio ao domingo
A saída de Marques Mendes coloca um enorme desafio à informação da SIC. É preciso encontrar uma âncora para domingo à noite, horário preenchido pelo comentador há 12 anos. Depois de levantarmos aqui o tema, na semana passada, a SIC anunciou a presença de Nuno Rogeiro e José Milhazes. Tem, necessariamente, de ser uma solução transitória, porque não vai aguentar a difícil concorrência da TVI. Aguardemos.