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Pedro Chagas Freitas
Pedro Chagas Freitas COMO F***DER UM CASAMENTO Manual Prático para Mul

Notícia

O amor é...

...do tamanho de sei lá bem o quê, e sabe (a) tudo.
16 de janeiro de 2019 às 14:10
Pedro Chagas Freitas, Dicionário do Amor, crónica, amor, escritor
Pedro Chagas Freitas, Dicionário do Amor, crónica, amor, escritor

Despedi-me da empresa porque deixaste de trabalhar lá,

talvez tenha sido um palerma, eu sei,

talvez amanhã ou depois,

ou antes, sei lá,

apareça o arrependimento,

as palavras dos meus pais,

o que foste tu fazer à tua vida, meu filho?, nunca mais aprendes, filho, quando é que cresces, filho?,

mas a verdade é que crescer é aprender a amar,

nada mais do que isso,

não li num livro mas se calhar alguém já o escreveu,

toda a gente que ama escreve da mesma maneira, com as mesmas palavras,

e no entanto amar é sempre diferente, que estranho,

e assustador,

e fascinante,

amo-te como se ama o que não conseguimos deixar de amar,

amar é quando não conseguimos deixar de amar, amar é quando tudo o que fazemos é por amor, mesmo o que não tem nada que ver com amor,

há bocado lavei o carro a amar-te,

quando se ama todos os gestos são por amor,

e eu despedi-me porque já não trabalhas lá,

ou se trabalha por amor e então não se trabalha nada e só se ama, ou então mais vale não trabalhar,

só quem não faz ideia do que é a vida é que trabalha para ganhar a vida,

a velhice ensina-nos que só se trabalha para ganhar amor,

e se não houver amor envolvido mais vale estar quieto,

e mesmo estar quieto deve ser por amor, percebo, agora que penso nisso,

chega de palavras e vamos aos actos,

daqui a nada sais de casa e vais à pastelaria,

eu vou lá estar e fazer-me de desentendido,

olá, como estás?, bem, e tu?, bem, obrigado,

vamos fazer conversa de circunstância até que um dia,

até que um dia, meu Deus, que até me falta o ar,

até que um dia a coragem,

um dia digo que te quero mais do que a sei lá bem o quê,

só é amor quando se ama mais do que sei lá bem o quê,

e já estás na pastelaria, já falámos, já foste,

agora vais para a padaria,

é lá que trabalhas agora,

e eu também, vais ficar agora a saber,

e o mais estranho é que eu nunca soube também que o meu grande sonho era ser padeiro,

viva o pão,

e tu, e tu,

e tu,

depois de sair a última fornada da noite falamos, prometes?

 

Sadismo: s.m. Passar pela vida sem lutar como um louco pelo direito ao amor. Só quem não ama sofre; os outros só vivem.

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