Sem preconceitos, Carolina Aranda vence o programa, assume uma amizade especial com Inácia, uma miúda que, dizia, simplesmente, "gostar de pessoas". Não houve cenas, não houve manifestos. Houve sim inclusão e, sobretudo, o empoderamento de duas mulheres que, sem alaridos, assumiram a relação forte que as unia.
A surpresa chegou numa conversa ao jantar, numa destas últimas semanas. "Ó pá, aquilo já chateia!" Nem quis acreditar no que estava a ouvir. "Chateia? Porquê?", quis averiguar. "Porque é sempre a mesma coisa", tentaram explicar.
Os fenómenos têm nome: 'The Voice Kids' e 'Taskmaster'. E têm heróis: Nuno Markl, Vasco Palmeirim, Catarina Furtado, sem esquecer Fernando Daniel, Aurea, Carlão e Bárbara Tinoco.
Semana após semana, fraco ou não fraco, a verdade é que 'O Triângulo' ganha a toda a concorrência – onde se inclui uma produção de grande investimento, com uma estrela vinda diretamente de Hollywood, destinada ao mesmo horário, 'Os Traidores'.
'Os Traidores' estrearam com valores interessantes e na semana seguinte deram um tombo monumental ficando, inclusivamente, atrás de 'The Voice Kids', da RTP1.
Se alguém, algum dia, me der ouvidos e tiver poder (e milhões) para a decisão, fará "um reality" cujo nome não será 'Soy Georgina', mas antes 'Los Aveiros'.
Há investimentos das estações que, para mim, permanecerão sempre um mistério. Como se aposta numa produção com atores de primeiríssima linha, numa boa história, cenários tradicionais, realização clássica e, ninguém saberá bem a razão e quando a decisão começou a ser tomada, se deixa cair o produto, o tal no qual se depositaram milhares de euros e que acaba esquecido, sem glória.
A RTP é uma panela de sopa de gosto estranho, onde se juntam muitos ingredientes, com características próprias, que na verdade não se conseguem harmonizar entre si. E é isso que é preocupante.
Nada pode acontecer "porque o diretor quer". A decisão tem de ser tomada de acordo com uma lógica, com o mercado, com um plano de negócio – se quisermos falar de forma ainda mais profunda. O diretor não quer nada, não tem querer.