É tão simples quanto isto: dez noites antes de morrer, estupidamente, numa estrada espanhola, Diogo Jota, jogador da seleção nacional, miúdo talentoso e humilde, estava em festa. Celebrava o casamento com Rute, a mulher da sua vida, com quem namorava desde os 15 anos e de quem já tinha 3 filhos - uma escadinha, tendo a mais pequena 8 meses. Nada. Uma bebezinha.
Mas isso, os momentos de felicidade, foram dez noites antes. Porque naquela noite, quando regressava ao trabalho, em Inglaterra, de carro porque o médico assim aconselhara, com o irmão ao lado, já não concluiu a viagem. Alguma coisa - um pneu que rebentou, a velocidade, uma ultrapassagem, sabe-se lá bem o quê (se é que isso interessa neste momento de dor) - roubou-lhe a vida.
Acabou-se. Assim. De um momento para o outro. Quando tudo era felicidade. Quando fazia planos. Quando tantos planos, tantas coisas bonitas estavam por realizar. Assim. Aos 28 anos. Diogo e André. Dois irmãos que para sempre estarão unidos. De forma desconcertante. Este fim faz-nos parar e pensar na leveza, da inconsistência desta coisa a que chamamos vida. Emocionamo-nos, dizemos que isto não vale nada, que temos de dar tempo aos nossos... mas no final fica tudo igual. Voltamos à rotina, à correria e a dizer que não pode ser. Mas nada muda. Dá que pensar, não dá?