
Qual a função de uma novela? Alimentar sonhos. Apenas isso. Contar histórias de ricos e pobres, separados pelos caprichos do destino, famílias desfeitas que se reencontram a meio da trama, amores aparentemente impossíveis que se tornam realidade. Novela alimenta o imaginário do "e se fosse comigo?" e transporta a cenários para os quais não se encontra bilhete de avião, de tão especiais que aparentam ser.
Moniz, possivelmente o mais sénior dos profissionais de televisão a trabalhar com o género, conhece esta cartilha de cor e salteado. Com novela sempre foi assim e sempre será: não há que enganar nem inventar no formato. Quando se inventa, estraga-se. Quando se pensa que se está em formato série (como chegou a pensar a Globo), estraga-se. Por isso, aplica-se a lei, com o orçamento necessário e abre-se o baú dos sonhos. Foi assim que Moniz acabou em dois tempos com o mito ‘Festa é Festa’, a novela comédia da qual se dizia fazer a diferença, ao impor ‘Cacau’, gravada nas praias da Bahia, que conquistou os espetadores no primeiro episódio e provou que a tradição ainda é o que era.
E como em equipa que ganha não se mexe, depois do Brasil, a TVI segue para África com ‘A Fazenda’ que estreia na segunda-feira e recupera o universo colonial versão 2024. Tudo certo. Resta saber o que se segue: um regresso à ‘Portugalidade’?