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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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O verão em que tudo está à venda

De um momento para o outro, Bárbara passou de artista a rosto de marcas. Não totalmente, mas de forma que poderia (e deveria) ser bem menos ostensiva. Isso é mau? No caso de quem tem talento, é.
21 de julho de 2023 às 06:00
Bárbara Bandeira
Bárbara Bandeira Foto: Instagram

Pela parte que vos toca, não sei, mas eu, pessoalmente, não aguento mais ver atores a vender tudo o que é possível nas redes sociais. Uma espécie de "deixa-me cá fazer mais um milhares enquanto posso" – em alguns casos, enquanto tenho corpo para isso e muitos seguidores que me rendem contratos e que, por sua vez, me rendem os tais milhares.

Não, não estou contra enriquecer – pelo contrário. Sou contra, sim, o exagero, ou quando o negócio se sobrepõe ao talento. Não vamos perder aqui tempo a falar de exemplos óbvios, daqueles mais do que comentados. Vamos falar, sim, de surpresas. Bárbara Bandeira é uma delas. A cantora (e autora), talentosa, com tudo para se tornar um dos símbolos da nova geração, capaz de misturar canções com hip hop, responsável por dar voz a duplas únicas, que teve a capacidade de assegurar a primeira parte dos Coldplay – olhem bem a responsabilidade para uma miúda de 22 anos – sempre privilegiou a música nas suas redes sociais. E mais: sempre soube articulá-la de forma muito consciente e madura com a imagem que queria transmitir para o grande público.

Transformou-se numa verdadeira figura pop com o mundo por desbravar, à sua frente, e para crescer. Até agora. De um momento para o outro, Bárbara passou de artista a rosto de marcas. Não totalmente, mas de forma que poderia (e deveria) ser bem menos ostensiva. Isso é mau? No caso de quem tem talento, é, como é o caso de Bárbara Bandeira. É para quem encontrou nas vendas uma grande fonte de rendimento e faz isso como ninguém.

Estou a culpar Bárbara – e as restantes Bárbaras, que são muitas, ela é apenas um exemplo pelas razões que expliquei – por esta opção? Não! Cada um faz o quer da vida. Tem e deve ser bem aconselhado por quem a(s) agencia. As marcas, por seu lado, fazem o seu papel: contratar quem acham que trará maior visibilidade e vendas ao produto. A medição por seguidores, estatuto e por eficácia nas redes. Mas a palavra final, ou seja, o bom senso do equilíbrio, tem de ser do próprio. Sob pena de se tornar apenas mais um produto de 'marketing', sem identidade própria.

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