
1. Numa luta renhida com a SIC pela hegemonia da ficção nacional, parece que a TVI acertou em ‘Quero É Viver’. Estreada em 3 de janeiro, a novela, protagonizada por São José Lapa, Fernanda Serrano, Sara Barradas, Rita Pereira e Joana Seixas, é, para já, um sucesso (e líder) de audiências no seu horário, com uma média de 1 milhão e 100 mil espectadores.
Esquecendo os números, a história de quatro irmãs que veem chegar ao fim o casamento dos pais, depois de 50 anos, tem qualidade. Dos diálogos ao ritmo, do enredo a algumas interpretações. Que Helena Amaral, responsável pela adaptação da trama chilena ‘Casa de Muñecos’, a estação e a produtora não estraguem, mais tarde, em nome do negócio, o produto, esticando-o para cerca de 200 episódios – são 128 no original –, como aconteceu com ‘Quer o Destino’.
Ainda em ‘Quero É Viver’, o meu destaque vai para São José Lapa, de 70 anos, que, em boa hora, tal como Maria do Céu Guerra, fez uma pausa no teatro para voltar às novelas – a sua última foi ‘Água de Mar’, na RTP1, em 2014. Mulheres talentosas e inteligentes fazem-nos sempre falta, num mundo cada vez mais focado no acessório. "Não fiz grandes projetos de televisão nos quais tenha tido muito prazer, mas este foi um rebuçado." Foi, sim. Bem-vinda!
2. A TVI emitiu um comunicado a desmentir o que não foi noticiado, e a ‘TV Guia’ reafirma a sua notícia da semana passada: que o programa ‘Cristina ComVida’, um flop de audiências que durou pouco mais de nove meses, custou à estação 2,5 milhões de euros. A nossa revista cruzou a informação com várias fontes e avançou com os números: 14 a 17 mil euros por episódio, num total de quase 200. É fazer as contas. E, portanto, não vale a pena dizer que ‘Cristina ComVida’ "termina em acordo com a produtora e sem quaisquer custos associados à estação"… que passa a ser verdade.
Até porque a ‘TV Guia’ nunca se referiu a essa questão. Mas de Queluz de Baixo tudo é possível, como podemos confirmar, por exemplo, numa comunicação enviada na segunda-feira, chamando comentadores "experientes" a Inês Simões e José Lopes. Enfim, aqui, na nossa revista, há uma certeza: trabalhamos com a verdade, todos os dias, para os nossos leitores. Doa a quem doer.