
1. Andreia Rodrigues faz na ‘TV Guia’ o balanço de ‘Quem Quer Namorar com o Agricultor?’, que termina neste domingo, dia 12, na SIC. Honesta, a apresentadora aceita a derrota do reality show, uma aposta forte da estação: "Ganhar e perder faz parte! Todos gostamos de ganhar, mas nem sempre é assim. Mas, quer ganhemos ou percamos, o meu objetivo é o mesmo: garantir o melhor produto, e continuar a dar tudo, no que depende de mim. A minha entrega não depende de gráficos." Tem razão.
Mais à frente, sobre a possibilidade de uma nova edição do ‘Agricultor’, em 2022, Andreia não se compromete com nada, deixando a batata quente nas mãos de Daniel Oliveira. "É a direção do canal que sabe, melhor do que ninguém, qual o objetivo de um produto televisivo e a forma como o gere." Tem razão, novamente.
Eu, como já o escrevi há muito, não tenho dúvidas: este reality show deixou de convencer, de surpreender, os espectadores, sendo hoje uma fotocópia barata do ‘Big Brother’, na TVI, em relação a polémicas e falsidades. A beleza das paisagens e da convivência entre o ser humano e os animais nas quintas já não chega, como provam os gráficos – isto é, as audiências. E isso é que conta numa televisão privada.
2. ‘MasterChef’, da RTP1, não tem comparação com ‘Hell’s Kitchen’ (SIC), a nossa última referência em termos de programas de cozinha, ou com ‘Pesadelo na Cozinha’, o anterior, na TVI. Ainda bem. Afinal, como disse Marlene Vieira numa entrevista à ‘TV Guia’, "dentro de uma cozinha há sempre pressão, mas não há berros nem há gritos". No sábado, dia 4, o episódio teve 474 mil espectadores, mais 120 mil do que na última semana. É um bom indicador, se tivermos em conta que a estação pública anda nas ruas da amargura.
3. Consegui ver finalmente ‘Glória’, a primeira série portuguesa na Netflix. Excelente trabalho de ficção, desde o argumento, fotografia e realização, até ao elenco, com destaque para Adriano Luz – curiosamente, conheci-o em Caracas, numa novela para a TVI, em 2002. Se já era um talento na arte de representar, no cinema, teatro e televisão, hoje, aos 62 anos, é uma brutalidade. Os seus dois últimos projetos – como agente do KGB, Alexandre Petrovsky, e como o poderoso Lázaro Medeiros, em ‘Auga Seca’, de regresso à RTP1 – são uma lição para quem quer ser ator.